Por uma cidade sob controle dos trabalhadores!

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O capitalismo participa da organização do ambiente urbano, produzindo e consumindo espaço por meio de relações sociais de dominação, formando áreas fragmentadas e segregadas. O processo de desenvolvimento desigual do capitalismo se amplia por sua busca constante pela valorização de capital, aprofundando, assim, as contradições do sistema.

O Estado tem a função de definir o uso e a ocupação do solo urbano, mas também cria as condições gerais para a acumulação capitalista, do que é expressão recente o fato de que desde 2004 vem aprofundando a reestruturação do mercado imobiliário. O estímulo às parcerias entre os setores público e privado e a destinação de fundo público são estratégias de combate à crise e de impulsionamento do setor imobiliário.

Observa-se que os grandes projetos de revitalização urbana buscam atrair novas atividades econômicas, criando disputas entre as cidades, intervenções violentas e o estímulo a iniciativas especulativas. Daí o investimento em megaempreendimentos e eventos esportivos.

Os trabalhadores são convocados a legitimar este processo, sob argumento do crescimento econômico, geração de emprego e possibilidade de consumo. Contudo, o mito do “círculo virtuoso” apenas atende aos interesses da burguesia fundiária e incorporadora, restando aos trabalhadores os ônus da segregação urbana, da periferização das moradias, dificuldade de acesso a serviços e equipamentos públicos, privatização da mobilidade urbana, dentre outros.

No campo do direito à moradia, a remoção dos trabalhadores de ocupações e favelas ocorre de acordo com os interesses do mercado imobiliário em nome de uma “revitalização do espaço urbano” e do “desenvolvimento”. Deixados à própria sorte, os trabalhadores são removidos para as periferias, sem infraestrutura e sujeitos à violência urbana de grupos paramilitares e ao narcotráfico. Aos que resistem, o processo de elitização e valorização imobiliária os pressionam a buscar novas alternativas, pelo aumento do custo de vida e da mercantilização da moradia.

A classe trabalhadora urbana já vem numa larga experiência de resistência de luta e organização, mesmo que de forma desarticulada e reduzida. Resta aos trabalhadores unidade entre os diversos setores anticapitalistas, a fim de organizar a classe e avançar na construção de um novo projeto de cidade que rompa com o capitalismo e promova a socialização da propriedade da terra e dos meios de produção.

Reforma urbana sob controle dos trabalhadores já!!!