Polícia usa violência contra metalúrgicos que faziam protesto pacífico

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A serviço da ArcelorMittal Tubarão, BME lança gás de pimenta e bala de

borracha em trabalhadores para impedi-los de lutar por melhores salários

Na manhã da sexta-feira (06), os metalúrgicos que estão em greve lutando por avanços foram surpreendidos pela atitude arbitraria da polícia capixaba.

Ao chegarem ao Sindimetal-ES, localizado em

São Diogo, na Serra, para realizarem a assembleia que colocaria em votação a proposta patronal para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho 2013/2014, os trabalhadores se depararam com policiais do Batalhão de Missões Especiais que estavam dentro da ArcelorMittal Tubarão fazendo a escolta da empresa.

Quando os trabalhadores começaram a parar os ônibus das empresas, para que os metalúrgicos descessem e participassem da assembleia, a polícia tentou impedir, com isso os trabalhadores foram obrigados a iniciar uma manifestação pacífica para reivindicar melhorias para a categoria. O BME lançou gás de pimenta e disparou balas de borracha em direção aos trabalhadores na tentativa de coibir os companheiros de continuar com o protesto em frente a siderúrgica.

Com a atitude da polícia, os metalúrgicos foram obrigados a se dispersar para outras avenidas da cidade e a violência do batalhão de choque continuou, desta vez, colocando em risco os cidadãos que transitavam pelo local. Na avenida Norte Sul, o BME disparou mais uma vez contra os manifestantes. Metalúrgicos e trabalhadores de outras categorias, que estavam a caminho do trabalho, foram atingidos com o gás de pimenta. Alguns chegaram a passar mal.

Mesmo com toda a truculência dos polícias, os companheiros mostraram que estão firmes na luta. Após a confusão, eles voltaram para a portaria da empresa. Mais tarde, após o BME deixar o local, a assembleia foi realizada.

O presidente do Sindimetal-ES, Roberto Pereira, mostra indignação com o despreparo da polícia capixaba. “É lamentável que a polícia que devia defender e proteger a população usa violência a fim de coibir trabalhadores de bem que estavam pacificamente lutando por melhorias para defender os interesses de empresas privadas. Infelizmente, isso é reflexo de um governo que não zela pela segurança dos cidadãos”.

Os trabalhadores querem por 8% de reajuste, tíquete-alimentação/cesta básica de R$ 200,00 e para que seja excluída da CCT a cláusula 23, que garante que as contratadas podem adotar o mesmo regime de turno que a contratante.

Os patrões ofereceram 7% de reajuste e R$ 180,00 de tíquete-alimentação/cesta básica.