Paralisação nacional: Banqueiros continuam intransigentes, bancários intensificam a greve
INTERSINDICAL
Já se contam onze dias desde que a categoria bancária se viu sem alternativa, a não ser paralisar as atividades, no entanto, nem a Fenaban ou qualquer presidente dos bancos se pronunciaram no sentido de promover alguma negociação. Mesmo com bancos, como o estatal Banco do Brasil e o privado Itaú, terem batido recordes históricos de lucro, somente nestes seis primeiros meses de 2013 (a soma dos dois chega a R$ 17,23 bi), a única proposta continua sendo os 6,1% de aumento.
“Isso simboliza em aumento real 0%, pois simplesmente estão repondo a inflação do período”, contesta Mané Gabeira, diretor do Coletivo Bancários na Luta – Intersindical. Com isso, explica que a deliberação entre os trabalhadores é a ampliação da greve nestas próximas semanas com aumento de agências fora de atividades, novas passeatas, entre outras ações políticas. Até o momento 10.586 agências permanecem fechadas em todo o Brasil.
Gabeira também esclarece que a ideia é fortalecer a luta se unificando com outras categorias, como os Correios, metalúrgicos e vigilantes. “Esperamos ampliar o movimento nesta semana e continuar a debater os problemas dos bancos com a população, como o adoecimento dos trabalhadores bancários, aumento das terceirizações, o excesso de fila, as tarifas, juros, entre outros fatores que os afetam também”, diz.
De acordo com ele, “hoje, além do atendimento, os bancários tem a obrigação de vender. Considerando todos os bancos são mais de 100 produtos em que se exige o alcance de metas e a cobrança excessiva sobre a venda destes produtos. Esta é uma das responsáveis pelo adoecimento da maioria da categoria. As doenças mais comuns são as chamadas doenças psicossomáticas, como por exemplo, a depressão”.
Edilson Montrose, funcionário do Banco do Brasil e dirigente do Coletivo Bancários na Luta – Intersindical, ainda na mesma linha que seu companheiro,
explica que “em relação ao funcionário do Banco do Brasil, existe muito problema de assédio moral e não cumprimento da jornada de 6h”.
Uma das empresas que mais atuam no BB, a Cobra Tecnologia – atual Banco do Brasil Tecnologia e Serviços –, que faz parte do conglomerado do BB, já utiliza sistema do banco, os trabalhadores foram treinados por bancários e os serviços constantes no objeto social já incluem cadastro de operações comerciais, como Finame, BNDES, operações rurais, câmbio, financiamento imobiliário etc. Segundo ele, isso “faz parte de um processo em que o governo usa o banco para terceirizar e até quarteirizar a mão de obra, precarizando, assim, tanto os trabalhadores bancários, como os terceirizados, que já vivem situação de assédio moral faz tempo”, finaliza.