Países europeus protestam contra a retirada de direitos dos trabalhadores

Andes

Trabalhadores, aposentados e estudantes saíram às ruas de Portugal, Itália e Grécia em luta por seus direitos. Na Grécia, cerca de 40 mil pessoas na segunda-feira (17) participaram de passeatas em Atenas e Tessalônica contra a política de retirada de direitos sociais e cortes no orçamento, no 41° aniversário da revolta estudantil de 1973, provocou a queda da ditadura no país. Na semana anterior, milhares de estudantes gregos protestaram contra a Reforma da Educação no país e a repressão policial.

Com bandeiras vermelhas e cantando “UE, FMI, fora”, os manifestantes seguiram para a embaixada dos Estados Unidos. Novembro é o mês tradicional de mobilização estudantil na Grécia e, nos últimos anos, o alvo do protesto tem sido os cortes nos salários e nas aposentadorias impostos pelo plano de socorro de 240 bilhões de euros da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) à Grécia. A manifestação foi reprimida pela polícia com bombas de gás e balas de borracha.

Já na Itália, trabalhadores da educação organizaram uma greve geral de 24 horas na última sexta-feira (14), convocada pela Rede Europeia de Sindicatos Alternativos, junto com os seus sindicatos de base (CUB, USI, CoBas) e da oposição (CSGIL).

O governo italiano é acusado de destruir não apenas o sistema de educação do país, mas também demais serviços públicos para servir aos interesses de acionistas, patrões e empresas privadas. Na lista, o Banco Central Europeu, da Comissão Europeia, e o FMI. Os manifestantes cobram mais cargos e concursos públicos, uma escola pública democrática e de qualidade, melhores condições de trabalho e recursos adicionais em escolas públicas.

Em Portugal, na quinta-feira (13), a Confederação Geral de Trabalhadores de Portugal (CGTP), organizou outro “dia da indignação”, uma ação convocada periodicamente desde o início da crise em protesto contra os cortes e ajustes incluídos no orçamento de 2015. Participaram da paralisação os serviços da administração local, principalmente das localidades do chamado “cinto vermelho” de Lisboa, fábricas e outras empresas, e o setor de transportes ferroviários. Já os enfermeiros fizeram uma paralisação na sexta-feira (14).

O secretário-geral da CGTP, Armênio Carlos, destacou o resultado desta nova jornada de protesto e avisou que as manifestações continuarão semana que vem, quando está prevista a aprovação definitiva do orçamento geral do Estado para 2015, que inclui medidas de economia pelo quinto ano consecutivo.

A CGTP, que tem 600 mil filiados, em torno de 10% da população ativa portuguesa, é considerado o maior e mais combativo sindicato do país. O sindicato tem protestado com frequência contra os cortes nos salários do funcionalismo público, o alto índice de desemprego (atualmente em torno de 13%) e as reduções nas pensões.