Operários são resgatados de trabalho análogo ao escravo na Bahia

CTB

Vinte e cinco operários foram resgatados em Feira de Santana (BA), por auditores fiscais do trabalho. Eles viviam em péssimas condições no canteiro de obras de um conjunto habitacional. Segundo os auditores fiscais, os operários viviam há mais de um mês em alojamentos infestados por escorpiões e carrapatos, sem água, sem banheiro e dormindo em colchões estendidos no chão.

Ainda segundo os auditores, os operários, que foram aliciados pela construtora em outros estados, tiveram que custear a própria viagem, e não tinham carteira de trabalho assinada. Depois de resgatados, os trabalhadores receberam a guia de seguro-desemprego, uma parte da indenização trabalhista e voltaram a suas cidades de origem. A rescisão dos contratos ainda vai ser homologada.

Outro caso

Dois alojamentos no bairro do Doron, em Salvador, também foram visitados por equipe do Ministério Público do Trabalho (MPT) na sexta-feira (15), depois de denúncia registrada pela Superintendência Regional de Trabalho e Emprego (SRTE-BA). Dezessete trabalhadores foram retirados dos imóveis e dois suspeitos foram presos pela Polícia Federal.

A empresa responsável em recrutar no Rio de Janeiro trabalhadores para distribuição de listas telefônicas em Salvador deve pagar R$ 120 mil em verbas rescisórias por manter cerca de 17 pessoas em condição análoga à escrava, de acordo com a SRTE.

Segundo o MPT, eles trabalhavam sem receber salários ou qualquer direito trabalhista e viviam em condições precárias, sem dinheiro para voltar à cidade de origem. As pessoas presas são consideradas arregimentadoras, também chamadas de “gatos”, suspeitas de recrutar e organizar a atividade diária.

O MPT afirma que um dos trabalhadores, que tem 58 anos, contou que fazia esse tipo de atividade há cinco anos devido à dificuldade em conseguir emprego. Em relato ao órgão, uma mulher disse que o dinheiro das gorjetas era usado para fazer lanches e pagar o transporte.