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O SIGNIFICADO DAS ELEIÇÕES NO CONGRESSO NACIONAL PARA A CLASSE TRABALHADORA - Unidade Classista

O SIGNIFICADO DAS ELEIÇÕES NO CONGRESSO NACIONAL PARA A CLASSE TRABALHADORA

O Brasil vive um hiato histórico. A cada momento que avançamos no tempo, anacronicamente, num esforço estéril, as classes dominantes e exploradoras pretendem fazer recuar drasticamente a história para um período anterior para a classe trabalhadora. O Congresso Nacional formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal não surpreendeu os trabalhadores. Porém, sempre enfrentamos os ataques deliberados contra nossa classe partindo do Palácio do Planalto e dessas duas casas que deveriam zelar pelas Leis, mas que sempre acabam atuando como comité gestor dos interesses gerais da burguesia, junto com o Poder Judiciário e o Executivo.

A Câmara foi comandada por Rodrigo Maia (DEM/RJ) por 03 mandatos consecutivos (desde 2016 – sendo o sucessor Eduardo Cunha). Já o Senado teve a frente na última gestão o Senador Davi Alcolumbre (DEM/AP). Ambos protagonizaram momentos de ataque contra a classe trabalhadora, deixando um legado de destruição de direitos, ataques contra as empresas públicas e o fortalecimento do Congresso Nacional como balcão de negócios da burguesia.

A classe trabalhadora sentiu o chicote da burguesia através da PEC dos Teto dos Gastos (EC – 95), Reforma Trabalhista (2017), o ataque na Reforma da Previdência (2019) entre outras ações que passaram pelo clivo do deputado Rodrigo Maia. No Senado, Davi Alcolumbre teve um papel parecido, complementando em sua gestão os ataques articulados na Câmara Federal.

O levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) no ano de 2020 constatou que das 241 votações classificadas, 14 foram excluídas. No geral, o governo ganhou em 224, ou seja, 93% das votações que foram seguidas pela orientação Palácio do Planalto.

Neste cenário, os trabalhadores que acompanham a rotina na Câmara e do Senado, não foram surpreendidos com o resultado da eleição para a presidência das duas casas. Pois como um bom balcão de negócios, basta o governo abrir a carteira das emendas parlamentares que as posições mudam conforme o valor da cotação (no caso, R$ 504 milhões em emendas para os apoiadores de seu projeto).

QUEM SÃO OS PRESIDENTES

A eleição do presidente do Senado foi uma aberração política, se avaliarmos que água e óleo não se misturam. Em uma conjunção estranha, o senador Rodrigo Pacheco foi eleito com 57 votos, tendo como base o apoio do presidente Bolsonaro e uma estranha aliança que juntou PSD, PP, PT, DEM, PDT, PROS, PL, Republicanos, Rede e PSC.

Rodrigo Pacheco (DEM/MG) tem 44 anos, tem um perfil liberal é foi apoiado por Bolsonaro com o objetivo de avançar com a pauta de redução de direitos e ataques contra os funcionários públicos, sendo um dos impulsionadores da política de privatização de importantes estatais como a Petrobras e os Correios.

Já na Câmara Federal, Rodrigo Maia sentiu o gosto da traição de seus pares. Na disputa entre seu indicado (Baleia Rossi/ MDB) contra o deputado Arthur Lira (PP/AL), viu sua construção desmoronar com a abertura dos cofres públicos através da compra de votos com as emendas parlamentares.

Arthur Lira (PP) recebeu 302 votos, dos 505 votantes, sendo uma derrota acachapante já definida no primeiro turno. O então presidente eleito é dono de um histórico interessante. Ele faz parte do conhecido CENTRÃO, uma gigantesca coligação fisiológica que costuma extorquir quem está nos postos de comando. Como algumas pessoas falam nos bastidores; “O Centrão não se vende, ele se aluga”.

Arthur Lira tem uma verdadeira ficha corrida. É investigado na Lava Jato, em um dos processo do chamado “Quadrilhão do PP” (acusado de fazer parte da cúpula do partido com relação a ingerência e desvios de verbas da Petrobras). A denúncia foi aceita pelo Supremo. Também é investigado por suposta recepção de propinas e teve até uma ação movida pela ex-mulher por violência doméstica, e acusações de ocultação de patrimônio.

Com esse novo cenário no Congresso Nacional, não há espaço para ilusão. A classe trabalhadora deve se organizar, abandonar qualquer tipo de expectativa com relação ao que será encaminhado nessas casas e se organizar em seus órgãos de classe. Fortalecer os sindicatos, as frentes de luta e construir o FÓRUM SINDICAL, POPULAR E DAS JUVENTUDES DE LUTA PELOS DIREITOS E LIBERDADES DEMOCRÁTICAS, articulando entre os vários setores da classe trabalhadora uma forma de conjugar a luta na rua pressionando e ganhando força no parlamento.

Precisamos construir o Encontro Nacional da Classe Trabalhadora (ENCLAT) pois só assim, poderemos avançar e derrubar esse governo genocida.

FORA BOLSONARO!

FORA MOURÃO!

VACINAÇÃO PARA TODOS!

EM DEFESA DO SUS E DA VIDA!

IMPEACHMENT JÁ!

UNIDADE CLASSISTA!

FUTURO SOCIALISTA!