Motoristas paralisam distribuição da Ambev
mundosindical.com.br
O centro de distribuição da Ambev em Diadema está paralisado. Ontem (10), por volta das 8h, os cerca de 500 motoristas e ajudantes funcionários da Coopercarga e Monarca, prestadoras de serviços à gigante do setor de bebidas, decidiram entrar em greve.
Eles estão insatisfeitos com o cálculo utilizado pelas companhias para pagar as horas extras, destacou o assessor jurídico e político do Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC, Elias São Leão de Jesus, conhecido como Buiú. “Os trabalhadores não recebem o que realmente deveriam”, garantiu.
Segundo o diretor da entidade e coordenador para Diadema, João Roberto Silva, o acordo coletivo da categoria prevê adicional de 50% sobre as horas extras. “Mas os cálculos não são claros. E eles não ganham isso”, reforçou.
POLÍCIA
Como a assembleia ocorreu na porta do centro de distribuição, o departamento jurídico conseguiu mandado da Justiça para que a entrada do local fosse desobstruída. Por volta das 14h, policiais militares chegaram ao local para cumprir a determinação, que previa a utilização de “força policial” caso necessária.
Coagidos com a presença da corporação, conforme contextualizou o tenente da Polícia Militar Heriberto de Andrade Silva, vários trabalhadores entraram no centro de distribuição. Momento em que o departamento jurídico da Ambev pediu para que o mandado fosse cumprido.
Após algumas bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha, cerca de dez trabalhadores ficaram feridos, contou Buiú. A reportagem do Diário encontrou apenas um, que não quis se identificar, com ferimento na perna. A viatura da base comunitária da Polícia Militar levou o trabalhador para uma delegacia após o fim da manifestação.
Uma representante da Monarca e um advogado da Ambev, que não quiseram ser identificados, negaram esclarecimentos sobre o que ocorreu no local. Nenhum porta-voz da Coopercarga foi encontrado.
Por nota, a companhia esclareceu que tentou diálogo antes de recorrer à Justiça. “A Ambev informa que, antes de recorrer às medidas legais para assegurar o trânsito na entrada de seu centro de distribuição direta, tentou por mais de uma vez estabelecer diálogo com o sindicato. A empresa reforça que o objetivo do pedido judicial foi garantir a normalidade na distribuição de seus produtos até que a negociação entre os trabalhadores das transportadoras e seus empregadores fosse concluída. Há um acordo coletivo atual, em vigor desde maio deste ano, com validade até abril de 2014, determinado em comum acordo com o sindicato, que assinou o documento na época.”
Hoje, o sindicato realizará outra assembleia, na porta do centro de distribuição, após tentar novo acordo com a Monarca e Coopercarga, por volta das 7h.
Fonte: Pedro Souza Do Diário do Grande ABC