Montadoras dobram dias de férias coletivas

Repórter Diário

A crise por que passa o setor automobilístico gerou neste ano um fato novo e preocupante. Os dias em que os metalúrgicos ficarão em casa por conta de férias coletivas será o dobro em relação a anos anteriores. Ford, General Motors, Volvo e Mercedes-Benz, por exemplo, darão folga de quatro a cinco semanas, quando o habitual são duas a três semanas. A ociosidade nas fábricas, atualmente, ultrapassa a marca de 20%.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a Scania vai deixar funcionários de 29 de dezembro a 19 de janeiro em casa e a Ford, de 15 de dezembro a 12 de janeiro. A Mercedes-Benz fecha a produção de 1º de dezembro a 5 de janeiro, e a Volkswagen, de 15 de dezembro a 6 de janeiro. O sindicato da categoria, em São Caetano, informou que a General Motors deve conceder cinco dias de day-off a partir do dia 19 de dezembro. Depois, de 5 a 18 de janeiro, dará férias coletivas aos empregados da parte de produção.

A Volkswagen confirmou que abrirá um PDV em janeiro na fábrica de São Bernardo. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a empresa alega que há 2,1 mil trabalhadores excedentes na unidade, que emprega perto de 13 mil pessoas, entre profissionais da produção e administrativos. “De 2000 para cá, este foi o ano que teve mais paradas de produção”, revela Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Com as montadoras paradas, o setor de autopeças segue o mesmo caminho. Segundo informou o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), 80% das empresas também vão parar no mesmo período que as montadoras de veículos.

Borracha e Químicos

No setor da Borracha, segundo o Sintrabor (Sindicato dos Trabalhadores e Borracheiros da Grande São Paulo e Região), até o momento só a Pirelli anunciou férias coletivas. Do dia 13 de dezembro até 2 de janeiro, 85% da fábrica, cerca de 1,8 mil funcionários ficam em casa.

Segundo Raimundo Suzart, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, 65 empresas do ramo notificaram que darão férias coletivas. Cerca de 10 mil trabalhadores devem ficar em casa. “Nossa categoria sempre para no fim do ano. Este número está na média de férias coletivas que sempre tivemos”, diz.