Mineiros colombianos entram em greve contra avanço de multinacionais

Opera Mundi

De acordo com os mineiros, o objeto é protestar contra “política de extermínio da mineração tradicional” por parte do governo

Milhares de mineiros na Colômbia iniciaram nesta quinta-feira (17/07) greve por tempo indefinido em 18 departamentos (estados), dentre eles Chocou, Vale do Cauca, Huila, Caldas, Quindío e Antioquia. Além da paralisação, os trabalhadores fecharam algumas vias.

De acordo com os mineiros, o objeto é protestar contra “política de extermínio da mineração tradicional” por parte do governo, que estaria “entregando” a tarefa às multinacionais. Nos tratam como se fôssemos “delinquentes”, afirmou o presidente da Associação de Mineiros de Marmato (Caldas), Mario Tangarife.

Os grevistas reclamam da situação de abandono dos médios e pequenos mineiros. Segundo eles, as autoridades se fazem de “surdas” frente às demandas e por isso se viram forçados a recorrer a medidas radicais para serem escutados. “Queremos que nos escutem e nos ofereçam soluções, garantias e conhecimentos para seguir exercendo o ofício que alimenta nossas famílias”, argumentou Tangarife.

A diretora da Confederação Nacional dos Mineiros, Luz Stella Ramírez, relatou que os mineiros que exercem o ofício artesanalmente representam duas milhões de famílias, cujo sustento é precário ou quase inexistente. Entre as demandas estão a anulação de decreto de 2012, que autoriza a polícia a confiscar ou destruir a maquinaria que utilizam.

Além disso, em 2013, novas regras para formalizar os que extraem ouro, carvão, areia e cascalho dificultaram o trabalho.

Às demandas dos mineiros, se somarão progressivamente as de outros setores da agricultura, entre estes os produtores de batata, cebola, algodão, arroz, leite, milho e cacau, além dos transportadores de carga pelas estradas, que engrossarão a paralisação nacional convocada para 19 de agosto.