Metroviário ameaça nova greve

Correio Braziliense

Os servidores do metrô decidiram, em assembleia realizada na noite da última terça-feira, paralisar as atividades na próxima semana. Com isso, os passageiros, que sofrem com problemas frequentes nas linhas do sistema, devem enfrentar mais transtornos. A greve está marcada para começar à meia-noite de segunda-feira. A principal reivindicação da categoria é a realização de concurso público. Na tarde de hoje, o GDF se reúne com a diretoria da Companhia do Metropolitano do DF para discutir a ameaça da categoria. O resultado do encontro deve ser levado para análise dos metroviários em um encontro no próximo domingo. A categoria conta com cerca de 1,2 mil funcionários.

De acordo com o Sindicato dos Metroviários (Sindmetrô-DF), o indicativo de paralisação só vai ser cancelado caso o governo apresente uma proposta de cumprimento do acordo firmado em maio deste ano. “Nosso quadro de funcionários está muito defasado. Isso influencia diretamente na qualidade do serviço prestado à população”, afirma o coordenador-geral do sindicato, Luciano Costa. A pauta de reivindicações inclui a realização de concurso público para as áreas de operação, bilheteria e manutenção, que são terceirizadas. Eles pedem ainda a nulidade do processo de demissão dos trabalhadores no caso Facebook, o cumprimento do acordo coletivo de trabalho referente a 2012 e a 2013, além de melhoria das condições de trabalho.

A Secretaria de Administração informou, por meio da assessoria de imprensa, que a rodada de negociação prevista para hoje permite que o governo debata com a direção do Metrô uma forma de evitar que a greve ocorra, mas ainda não detalhou se vai apresentar alguma proposta. Para reduzir os impactos negativos da greve na vida dos 160 mil usuários que utilizam diariamente o serviço público, o Transporte Urbano do DF (DFTrans) deve reforçar as linhas de ônibus que atendem as regiões mais afetadas pela falta do metrô, como Taguatinga, Ceilândia e Samambaia.

Atrasos

Esta semana, o metrô registrou duas falhas. Na terça-feira, um trem parou por cerca de meia hora próximo à Estação de Águas Claras por um problema de tração que o impediu de continuar o trajeto. Na manhã de ontem, todo o sistema circulou em velocidade reduzida. A medida foi tomada por questão de segurança, já que a sede de controle perdeu contato com a via. Os trens passaram a ser monitorados pelos Pontos de Controle de Tráfego, nas estações. Às 10h45, após uma hora e meia, a estatal informou que o sistema estava normalizado. Entre dezembro do ano passado e janeiro de 2012, os metroviários fizeram uma paralisação que durou 37 dias. Em maio, eles cruzaram os braços durante 24 horas.