Mercedes garante empregos até janeiro

O Globo

A Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo, que havia paralisado a produção de caminhões na segunda-feira por conta da queda nas vendas, fechou acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que garante o emprego de 13 mil trabalhadores até 31 de janeiro de 2013. Até lá, a montadora vai adotar a chamada semana reduzida, com quatro dias de produção, mas sem redução de salários. O acordo também prorroga por um mês o período de lay-off (a suspensão de contrato de trabalho) para 1,5 mil pessoas. A volta ao trabalho passou de 17 de novembro para 17 de dezembro.

– Este acordo é um sinal positivo de confiança na retomada da produção de caminhões e da economia no ano que vem – avaliou Sérgio Nobre, presidente do Sindicato.

Os 7,5 mil trabalhadores da General Motors (GM) de São José dos Campos também aprovaram ontem a proposta de reajuste salarial de 8,24%, sendo 2,7% de aumento real, mais abono de R$ 3.250. Pelo acordo, o reajuste de 8,24% será para os salários até R$ 8 mil. Acima desse valor, será pago um fixo de R$ 659,20. Desde que a montadora desativou a produção de três modelos (Corsa, Meriva, Zafira), estão em lay-off 925 trabalhadores até o dia 30 de novembro.

Bancários ameaçam parar

Já os metalúrgicos dos setores de fundição e autopeças de outras quatro cidades paulistas (Sorocaba, Salto, Taubaté e Cajamar) realizaram ontem paralisações e manifestações de advertência. As categorias, todas ligadas à Federação Estadual do Metalúrgicos (FEM/CUT) protestam contra proposta das empresas, que limitou-se a repor a inflação, de cerca de 5,2%. Segundo a entidade, caso não seja apresentada até hoje uma nova proposta pelos seis grupos ligados à Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que contemplem aumento real de 2,59% (8% no total), os metalúrgicos devem entrar em greve já amanhã. São 249 mil trabalhadores de mais de 100 empresas.

Os cerca 500 mil bancários de todo o país também ameaçam cruzar os braços a partir de amanhã caso a Fenaban (a federação dos bancos) não apresente uma nova proposta de reajuste. A categoria rejeitou aumento de 6% proposto pelos bancos há duas semanas. Eles pedem 10,25%, além de participação nos lucros de três salários e bônus.