Marcha Nacional dia 18/09: unidade na luta contra o capitalismo, seus governantes e representantes

UC-Nacional

O contexto atual da crise capitalista joga por terra o discurso do PT e sua base governista de que era possível avançar nas resoluções dos principais problemas vivenciados pela população brasileira e ter uma “sociedade mais justa”, sem enfrentar os interesses da grande burguesia monopolista brasileira.

Os governos petistas mantiveram intactas as premissas do projeto neoliberal que FHC acordou com o FMI no final de 1998, isto é, realizar o superávit primário para controlar a expansão da dívida pública, cumprir as metas de inflação (o que implica manter taxas elevadas de juros) e garantir um regime de câmbio flutuante, bem como deu continuidade às políticas privatistas (rebatizadas de concessões, PPP´s, abertura de capitais), ao desmonte dos serviços públicos e ataques a direitos constituídos da classe trabalhadora. Tudo com a roupagem do “neo-desenvolvimentismo”, do “desenvolvimento sustentável” ou “novo projeto nacional de desenvolvimento”, estas parolagens…

No âmbito da crise econômica se expressa também uma crise política que pode culminar numa mudança do atual bloco de poder. E os diversos segmentos do grande capital monopolista (industrial, agrário, financeiro, exportador, comercial, etc.) que se acomodavam no bloco governista, seguem agora na busca de uma alternativa. Jogam nos dois lados e apoiarão aquele que vencer a disputa.

Para vencer a disputa e seguir como “gerente principal” do Estado, o PT e seus aliados, se esforçam mais uma vez (e como nunca) para garantir a ordem burguesa e atender à necessidade do capital de queimar forças produtivas, frear a produção e o consumo, devastar mercados, destruir o poder de compra da moeda, rebaixar salários e demitir em massa para recriar as condições favoráveis à retomada dos investimentos com taxas de lucro aceitáveis. Para isto busca transformar a crise da economia capitalista em uma crise de todos, da sociedade, exigindo os sacrifícios (o “remédio amargo” como diz Dilma) compartilhados para voltar ao mítico crescimento que beneficiará a todos.

O empenho do governo Dilma em salvar o capital atacando os trabalhadores, coloca-os sob a influência do discurso político da direita (que com eficiente manipulação identifica “petismo” com “socialismo” e “comunismo”) permitindo à oposição conservadora empreender uma cruzada moralista contra a corrupção que serve tanto para angariar apoio nos setores médios, como atacar as bases das classes trabalhadoras oferecendo a explicação da corrupção como cortina de fumaça que encobre a dinâmica da exploração capitalista.

Prevendo que o agravamento da situação econômica e os impactos do pacote anti-povo (Ajuste fiscal, Agenda Brasil e PPE dentre outros) tendem a desencadear protestos e mobilizações, o próprio governo enviou ao Congresso (que já aprovou em 1ª votação na Câmara) o PL nº 2.016, chamada de “Lei Antiterrorismo”, que como sabemos, tem como principal objetivo a repressão e criminalização das lutas populares contra a ordem do capital.

O sindicalismo e os movimentos governistas (CUT, CTB, NCST, UNE, MST, CONTAG, CMP…), que deveriam mobilizar segmentos brutalmente atingidos pelas ações do governo, fazem mais em defendê-lo, deixando em segundo plano as lutas contra os ataques perpetrados. Querem o apoio dos operários para um governo que impõe uma redução de jornada com redução de salários; querem apoio dos funcionários públicos, mas o governo os trata como inimigos numa greve onde a categoria quer apenas repor perdas e garantia de direitos que estão sendo atacados; querem apoio dos professores universitários, mas desmonta a universidade pública enquanto descarrega milhares de reais para as universidades privadas; querem o apoio dos movimentos de luta pela terra a um governo que prioriza bilhões para o agronegócio e enterra a reforma agrária; querem apoio para defender a democracia, porém se calam quando o governo, a pretexto de promover a “segurança nacional” (expressão utilizada pela ditadura), pede ao parlamento a aprovação de um PL que inclui a “motivação ideológica e política” na definição de “organização terrorista”.

A classe trabalhadora, atordoada e dividida, reage como pode. Recusa o pacote de garantia das empresas contra os trabalhadores, faz greves (muitas), e procura manter vivos os movimentos sociais que lutam por suas demandas específicas (pela terra, moradia, em defesa da saúde pública, em defesa da universidade pública e da educação, contra a ordem urbana expropriadora, contra a violência policial, etc.).

Neste cenário, a Unidade Classista convoca seus militantes e simpatizantes à participarem da Marcha Nacional no dia 18/09, em São Paulo , no sentido de fortalecer a unidade de ação na luta autônoma da classe trabalhadora contra os ataques da ordem burguesa, seus governantes e representantes. A classe trabalhadora esta cansada de pagar a conta!!!

Na contracorrente da conciliação e do reformismo, que ainda alimentam ilusões em grande parcela dos trabalhadores e lutadores sociais quanto à possibilidade de administrar o capitalismo e torná-lo “mais justo”, reafirmamos: somente a luta organizada e unitária do conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras, pode barrar a ofensiva do capital e abrir uma perspectiva para a construção de um “poder popular”, no rumo do socialismo.

Unir as lutas para emancipar a classe!!!

Coordenação Nacional da Unidade Classista