Manifestantes são reprimidos pela polícia e UFPR aprova adesão à EBSERH

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Na manhã da quinta-feira (28), um grupo de estudantes e funcionários do Hospital das Clínicas (HC) se reuniu no pátio da reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para um ato contra a adesão do HC à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Os manifestantes tentaram impedir a entrada de conselheiros que fariam parte da reunião, e a sessão chegou a ser suspensa por falta de quórum, já que alguns deles ficaram do lado de fora do prédio.

Durante a reunião e o ato público, a polícia federal permaneceu dentro do prédio e utilizou spray de pimenta contra os manifestantes. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest), Carla Cobalchini, relatou que a mobilização conseguiu atrasar por um tempo a reunião, mas que as forças policiais foram utilizadas de modo a dispersar os manifestantes e possibilitar os encaminhamento do Conselho Universitário. “Fizemos um cordão de isolamento na entrada do prédio, mas ainda assim alguns conselheiros participaram da reunião e votaram por celular. A aprovação aconteceu por vias de um golpe. E mesmo depois de a votação acabar, teve início um confronto e a polícia militar, federal e a tropa de choque utilizaram balas de borracha, gás lacrimogêneo e gás de pimenta contra os manifestantes”, contou.

O militante Nicolas Pacheco participava do ato e segue detido, há mais de 4 horas, dentro da reitoria. O jovem teria sido puxado por um policial federal para o interior do prédio, e mantido como refém sem direito de advogado ou algum representante do Sindicato.

A presidente, membros do sindicato e outros militantes permanecem em frente a reitoria aguardando atualizações sobre a situação de Pacheco.

Multa e direito de manifestação

O reitor da universidade, Zaki Akel conseguiu uma decisão liminar da Justiça que ameaça o Sindicato com multa caso a entidade impedisse a reunião sobre a adesão à EBSERH do Conselho Universitário. Ficou determinada a multa de R$ 10 mil por conselheiro impedido de participar do encontro, e R$ 100 mil para o caso de a reunião não ser realizada devido às manifestações. Carla Cobalchini informou que o Sindicato deve recorrer a Justiça para derrubar esta liminar. “Nós nos organizaremos contra isso porque o que vimos é uma sequência de irregularidades”, finalizou.