Manifestações populares na Hungria contra as novas leis trabalhistas do governo conservador

Semana passada, milhares de trabalhadores e trabalhadoras foram às ruas na Hungria para protestar contra a lei trabalhista recentemente aprovada pelos deputados do Fidesz, partido do presidente conservador e autoritário Orbán. A nova lei aumenta de 250 para 400 as possíveis horas extras anuais, o que trabalhadores e trabalhadoras poderão ser forçados a cumprir, implicando seis dias de trabalho por semana. O texto permite ainda que os patrões atrasem o pagamento dessas horas extras até 3 anos após terem sido cumpridas. Assim como, os empregadores podem fazer acordos de horas diretamente com trabalhadores, e não apenas em negociações coletivas com sindicatos, seguindo o mesmo modelo da Contrarreforma Trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional no Brasil.
 
“Cinicamente, o governo aumenta o número das horas extras, mas não os salários”, denunciou Maria Hercegh, diretora da federação húngara de sindicatos, perante os milhares de manifestantes reunidos na praça. Os protestos também se dirigiram contra uma lei aprovada na quarta-feira pelo Parlamento para a criação de novos “tribunais administrativos”. Estes devem ser supervisionados pelo ministro da Justiça, Laszlo Trocsanyi, um aliado próximo do primeiro-ministro Orbán. Os críticos alertam contra a influência política excessiva no sistema judicial.
 
A escalada autoritária dos governos de direita na Europa e na América Latina é expressão das demandas do capitalismo para salvar-se da crise econômica mundial, na qual o povo trabalhador do mundo inteiro está sendo atacado em seus direitos para recuperar os lucros dos empresários que colocam governos subservientes a suas medidas. 
 
Fotos: Zoltan Balogh/MTI via AP
Fonte: Deutsche Welle