NOTA DE SOLIDARIEDADE À CAMARADA QELLI ROCHA

A Unidade Classista, fração do ANDES-SN vem, por meio desta nota, prestar solidariedade à camarada Qelli Rocha, bem como expor e elencar elementos necessários para uma análise sobre o fato ocorrido com a camarada no último CONAD, fato este alicerçado em falsas acusações e distorções propiciadas pela pequena política por parte de militantes do Renova-ANDES.

Na última semana durante o 9º CONAD do ANDES, a camarada Qelli em um dos grupos mistos de trabalho do Congresso, afirmou para outra das participantes do coletivo Renova-Andes que estava presente, que a mesma estava realizando uma manobra política para conseguir passar a proposta elaborada pelo grupo político que ela representa.

A manobra consistia numa tentativa de aprovar uma proposta de regulamentação do famigerado ensino remoto emergencial quando o que estava em questão era o debate sobre as formas de resistência do mesmo. Com a firmeza necessária, a camarada desmontou a manobra, deixando em evidência o interesse político de legitimar o desmonte da educação pública, defendido pela mencionada corrente política. Diante da firmeza de atitude, correta na análise e no encaminhamento, a camarada foi “ameaçada” de ser denunciada na Comissão de Ética do 9º CONAD Extraordinário por ter qualificado a proposta em tela como uma “manobra”. Nós todas/os da Fração da Unidade Classista no ANDES-SN endossamos palavra por palavra as expressões da nossa camarada Qelli. A “ameaça” não surtiu, nem poderia surtir efeito em nossa camarada nem com nenhum de nós, qual seja, o efeito de recuar e calar nossas vozes na defesa da posição correta tanto no método como no conteúdo.

Repudiamos veementemente esta e quaisquer outras tentativas de calar nossas vozes! Saibam que estaremos sempre na primeira linha na defesa dos interesses da classe trabalhadora e do movimento docente, ainda que custe o sacrifício pessoal. Ao mesmo tempo em que, repudiamos esta manobra do Renova-ANDES, manifestamos toda nossa solidariedade com a camarada, assim como expressamos nossas felicitações pelo comportamento exemplar exibido, mais uma vez, nesta difícil conjuntura.

Estamos atentas/os e muito confiantes, com os desdobramentos que possam vir a acontecer a partir desta manobra de intimidação sobre militantes do nosso coletivo. A Comissão de Ética, que batalhamos por instituir para coibir o assédio moral e sexual nos eventos do nosso sindicato, tem uma função fundamental no combate às opressões e não pode ser rebaixada como instrumento de intimidação política nos debates. “Manobra” não é palavrão. É um juízo de valor que, neste caso, se ajusta corretamente para qualificar o comportamento em tela. Seja qual for o resultado deste processo, continuaremos firmes denunciando qualquer manobra que atente contra os interesses da classe trabalhadora e do movimento docente, como a nossa camarada exemplarmente o fez.

Em tempos de aprofundamento do relativismo histórico, do negacionismo e do anticientificismo para justificação da implementação do neofascismo e da agenda ultraneoliberal com a criminalização de lutadoras e lutadores sociais organizados da nossa classe, não podemos tergiversar sobre a compreensão de que nossos espaços de organização e atuação devem construir a política permanente de compreensão e combate dos mecanismos de dominação que fragmentam a nossa classe e beneficiam o reforço às características de exploração e opressões de nossa formação sócio-histórica autocrática e dependente.

Por isso, compreendendo a importância de fortalecermos a luta consistente de nosso sindicato contra qualquer forma de opressão (sem oportunismos políticos de períodos eleitorais), reforçamos toda nossa solidariedade à camarada Qelli Rocha, lutadora incansável da classe trabalhadora.

UNIDADE CLASSISTA,

06 de outubro de 2020