Meses atrás começa a circular muito o vídeo de um rapaz, trabalhador de apps, falando que não era “empreendedor”, mas sim trabalhador, explorado e debatendo a necessidade de se organizar e lutar por melhora nas condições de vida e trabalho. Esse trabalhador é Paulo Galo. Galo é a principal liderança sindical que surgiu nos últimos 2 anos nos trabalhadores de apps. Trabalhador da periferia, politizado, com excelente oratória, sem ilusão com patrão e com os pés no barro, sem se encantar com “fama” ou algo do tipo.

Galo teve papel ativo na organização dos entregadores antifascistas, no breque dos apps e no apagão dos apps. Embora o movimento sindical dos trabalhadores de apps ainda esteja no início, sendo criado, consigo imaginar a preocupação da Uber, Ifood, Rappi e afins. A prisão de Galo, todas as ilegalidades do processo, não são por causa da estátua feia de Borba Gato. Não vamos ser ingênuos. Isso é perseguição POLÍTICA por causa da atuação SINDICAL de Galo. É uma ação para tirar de circulação um líder sindical talentoso e qualificado.

Não tenha dúvidas que administradores das empresas de apps, quando souberam da prisão de Galo ou do incêndio na estátua, fizeram chegar ao governo do estado de São Paulo a ordem para manter Galo preso, tirar de circulação essa liderança sindical, manter ele calado. O que estamos vendo é um caso clássico de perseguição política para desestruturar um movimento sindical. Já vimos muitos casos assim na história. Não importa o que você acha da estátua de Borba Gato. Não é essa a questão. É uma prisão política, uma perseguição anti-sindical.

Por Jones Manoel – militante do PCB/UC