JBS da Friboi de Vilhena (RO) descumpre acordo, demite grevistas e poderá causar nova greve
CUT
Ação intransigente é uma clara retaliação a paralisação realizada pelos trabalhadores, pois foram demitidos os onze membros que fizeram parte da comissão de negociação
Na sexta-feira (2), o frigorífico JBS da Friboi demitiu de uma única vez sessenta trabalhadores, sendo que a medida ocorreu nove dias após a paralisação de dois dias do funcionários da empresa em protestos contra a mudança de horário, condições de trabalha e reposição salarial. Para os trabalhadores é uma clara retaliação ao movimento reivindicatório, pois foram demitidos os onze membros que fizeram parte da comissão de negociação e, também, aqueles trabalhadores que mais se destacaram durante a paralisação. A indignação dos trabalhadores é maior por causa do descumprimento de compromisso firmado em ata e informado verbalmente para todos os funcionários, no dia em que foi encerrada a paralisação.
A empresa ao comunicar a demissão teria alegado que um contrato de exportação teria sido cancelado e, com isso, a produção iria diminuir. Entretanto, tais alegações contraria os fatos, já que a paralisação recentemente ocorrida foi motivada justamente pela decisão da JBS Friboi de ampliar a jornada para os sábados, para atender à necessidade de aumento da produção; além disso, “coincidentemente” todas as lideranças da paralisação foram demitidas. A decisão da empresa descumpre o acordo que pôs fim à paralisação, que incluía a garantia de emprego dos membros da comissão de negociação. Com isso, todos os demais itens do acordo, assinado pela empresa e o sindicato SNTRA-INTRA, poderão também ser descumpridos.
“A verdade é que fomos todos perseguidos! A política da empresa é essa: todos que buscam seus direitos são mandados embora para ficar de exemplo e coagir os colaboradores, com isso as pessoas ficam com medo de buscar seus direitos, com medo de também ser mandado embora”, afirma categoricamente um e-mail enviado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), por um dos demitidos. O trabalhadores entraram em contato com o SINTRA-INTRA, mas teriam sidos informados de que o Sindicato só poderia ira à Vilhena na próxima quinta-feira, mesmo diante da gravidade da situação. A entidade não tem credibilidade entre os trabalhadores, pois sua diretoria ficou por um longo tempo afastada pela Justiça do Trabalho e em junho último o presidente foi destituído, justamente por lesar direitos dos trabalhadores em benefício da empresa.
Para orientar os demitidos e, também, os trabalhadores que continuam na empresa, a CUT e seus sindicatos filiados realizou uma reunião no sábado (3), na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STTR).