Inglaterra: Cameron anuncia pacote de discriminações contra imigrantes

CUT: por Rosanita Campos

A partir de proposta feita em rede nacional na segunda (25) pelo primeiro-ministro inglês David Cameron, cidadãos britânicos e estrangeiros terão tratamento diferenciado no país. De agora em diante mesmo os estrangeiros que conseguirem residência legal no país não terão mais o direito à assistência médica, moradia popular nem ao seguro desemprego.

Cameron pretende, em meio à crise, reduzir os gastos do governo com os serviços básicos de proteção à população em geral e diz que “os serviços de saúde ingleses são nacionais e não internacionais”. Além disso, Cameron afirmou que “novas medidas já estão sendo tomadas para que no decorrer do ano haja uma redução das imigrações para o Reino Unido”, ele espera que o número esse ano passe de 100 mil para 10 mil, o que corresponde a uma redução de 90% da imigração.

O ministro inglês diz que vai também reduzir gradativamente os direitos e benefícios legais que os estrangeiros residentes no país já têm caso não seja comprovado que eles estejam trabalhando legalmente ou pelo menos procurando um emprego. “Acredito que a imigração deva ser controlada corretamente. A imigração estava fora de controle nos governos anteriores. Os índices precisam cair radicalmente”, afirmou Cameron, justificando sua ação discriminatória.

David Cameron mira as eleições. Ele sabe que as medidas de cortes salariais e redução dos direitos sociais fizeram seu apoio popular cair para 28% enquanto os trabalhistas pontuam 38%. Cameron usa o discurso xenófobo para culpar os trabalhistas pelo crescimento da imigração tentando reverter o quadro para as próximas eleições. Objetivamente nem ele nem o trabalhista Tony Blair enfrentaram a crise econômica dos bancos que tomou conta da Europa e não deixou de fora a Inglaterra. Mas Cameron quer pegar carona no crescimento da direita do partido Ukip que combate os imigrantes e que obteve 16% dos votos nas últimas eleições.

Para finalizar seu discurso neoliberal Cameron afirmou que fará “um reforço no cerco aos imigrantes ilegais. Disse que proprietários de imóveis terão de verificar documentos antes de alugar para estrangeiros” e prometeu “enrolar o tapete vermelho e mostrar a porta de saída a quem estiver no país sem permissão”, além das multas que diz que vai cobrar do proprietário que não observar essa questão.