Informalidade cresce em agosto, aponta pesquisa
Valor Econômico
O contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado cresceu mais em agosto que o daquele com carteira. Na passagem de julho para agosto, o total de trabalhadores sem carteira aumentou em 40 mil pessoas (2,2%), enquanto o total com carteira cresceu 33 mil (0,3%). O total de trabalhadores sem carteira em agosto, de 1,834 milhão, representou 9,1% dos 20,233 milhões de ocupados. Já os com carteira, 9,993 milhões, representa 49,4% do total.
Os números são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) de agosto, divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Fundação Seade. No mês, a taxa de desemprego no conjunto de sete regiões metropolitanas do país subiu para 11,1%, ante 10,7% em julho. No mesmo período do ano passado, o desemprego era de 10,9%.
Para a coordenadora da PED e economista do Dieese, Lucia Garcia, faltam investimentos para que a taxa de formalização volte a crescer no mesmo ritmo que foi verificado nos anos 2000. “A formalização do nosso mercado de trabalho ainda é favorável, mas apresenta alguns sinais de esgotamento. A partir de determinado nível de ocupação [de mão de obra] da capacidade instalada, o aumento do emprego formal pede o avanço dos investimentos, maior formação bruta de capital fixo”, explica.
Alexandre Loloian, da Fundação Seade, afirma que o fato de o emprego informal crescer junto ao emprego formal indica que há melhora na atividade. Contudo, diz ele, essa melhora ainda não se refletiu em mais confiança para a economia, por isso os empresários estariam contratando sem vínculos empregatícios.
Em julho, o rendimento médio real dos ocupados subiu 0,50%, para R$ 1.509 em relação a junho. Já o rendimento médio real dos assalariados ficou em R$ 1.546, alta de 0,40% ante junho. Na comparação com julho do ano passado, o rendimento médio real dos ocupados cresceu 4,6% e o dos assalariados subiu 3,3%.