Importadores podem cortar mais 5 mil vagas
Valor Econômico
Nova queda nas vendas de carros importados levou a Abeiva – entidade que representa o setor – a prever ontem novos cortes de postos de trabalho até o fim do ano. Desde janeiro, dez mil vagas foram eliminadas pelas empresas de importação de carros, levando o quadro de funcionários para 25 mil pessoas.
Segundo Flavio Padovan, presidente da Abeiva, outros cinco mil empregos podem ser cortados até dezembro, como resultado do fechamento de lojas e enxugamento de custos pelas companhias.
Desde 16 de dezembro, as importações de carros pagam 30 pontos adicionais de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Esse fato, combinado à desvalorização do real ante o dólar, derrubou em 27,5% as vendas dos automóveis de marcas sem fábrica no Brasil entre janeiro e agosto.
Nos oito primeiros meses do ano, foram emplacados 93,7 mil carros importados, ou 3,9% do mercado total. Os números incluem os resultados de marcas como Kia Motors, JAC e Chery.
Para 2012, a Abeiva ainda prevê o recuo de 40% nas vendas. Apesar do recorde da indústria nacional em agosto, as vendas de carros importados caíram 41,4% no mês passado, quando comparadas a igual período de 2011, somando 12 mil unidades.
O volume, contudo, representa uma evolução de 11,5% sobre julho, quando foram vendidas 10,7 mil unidades. Para Padovan, o setor está “à beira do colapso”.
Os importadores ainda aguardam uma posição do governo sobre o pedido de cotas de automóveis que ficariam livres do aumento do IPI. Padovan afirmou que a medida foi prometida pelo governo, mas seu anúncio vem sendo adiado desde maio.