Guatemala: “Estados de Sítio” favorecem a dilapidação e saque pelas transnacionais

CUT

Frente Nacional de Luta em Defesa dos Serviços Públicos

e

dos

Recursos Naturais da Guatemala denuncia abusos do governo

A Frente Nacional de Luta em Defesa dos Serviços Públicos e dos Recursos Naturais da Guatemala denunciou na última sexta-feira (3) os sucessivos “Estados de Sitio” impostos pelo governo em

municípios que “se opõem à depredação e ao saque das riquezas do país para as transnacionais”.

Sob a alegação de “combate à delinquência”, denuncia o comunicado da Frente, o governo guatemalteco tem decretado toques de recolher e estados de sítio que se multiplicam pelo país para sufocar os protestos por melhores condições de vida e trabalho.

“A Guatemala é hoje uma vergonha para o mundo. Da mesma forma que nos anos de guerra, há um exército que atua contra o seu próprio povo. Há um Estado que reprime em defesa dos interesses forâneos, que chama ao diálogo por detrás da

mira de um fuzil”, condena o movimento patriótico, que repudia a “remilitarização” para atender a empresas estrangeiras que “contaminam impunemente” e cometem inúmeras ilegalidades, como “o não pagamento do salário mínimo”.

Segundo a Frente, “a soberanía nacional e os bens do país estão sendo subjugados pela bota militar”, da mesma forma que nos anos 80, onde o país foi transformado em base de agressão aos movimentos nacionalistas da Nicarágua e de El Salvador.

“Por que não se persegue com a mesma rapidez e força os criminosos que sequestraram e mataram dirigentes sindicais e comunitários, a ativistas dos direitos humanos e ambientais? Por que não perseguem os criminosos disfarçados de guardas de segurança privada das empresas mineradoras, bananeiras e demais transnacionais por idênticas razões?”, questiona o manifesto.