Grupo Abril Educação demite diretores sindicais em retaliação à luta pelos direitos dos trabalhadores

seel-sp.org.br

No mês de agosto o grupo Abril Educação violou a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) ao demitir dois de seus trabalhadores – ambos diretores sindicais do SEEL (Sindicato dos Trabalhadores em Editoras de Livros): Joseval Fernandes, com mais de 30 anos de empresa, e Aparecido Araújo, com 26 anos de editora.

As demissões dos dois funcionários contrariam a legislação que garante a estabilidade provisória ao dirigente sindical. A diretoria do SEEL entrou em contato com os gestores do grupo para que uma reintegração dos funcionários fosse negociada, mas a empresa manteve a sua resolução arbitrária mesmo após ser alertada de que poderia ser alvo de processo judicial.

O grupo Abril Educação é um dos maiores vendedores de livros didáticos para o governo, ou seja, sustenta-se com parte do dinheiro público, mas desrespeita a legislação da qual se beneficia. Contraditório, para dizer o mínimo. Por que será que o grupo Abril Educação se valeu do artifício truculento para afastar os diretores sindicais de seu conglomerado editorial?

A atuação dos líderes sindicais sempre esteve presente nos quadros de funcionários do grupo Abril Educação e das demais empresas, por que trata-se de um mecanismo de equilíbrio de forças das relações entre capital e trabalho.

A atitude do grupo Abril Educação teve como princípio a limitação dessa atividade sindical dentro da editora, deixando os trabalhadores sem defesa legítima. Mas qual seria o temor enfrentado por uma empresa que respeita os trabalhadores, e oferece a eles boas condições de trabalho? E mais: por que uma empresa que atua dentro dos princípios trabalhistas optaria por reprimir a atividade sindical, em vez de aceitá-la como parte do processo democrático?

O SEEL lamenta a atitude da empresa e enfatiza que tomará as medidas cabíveis em respeito ao mandato dos dois diretores.