Greve na Medley/Sanofi chega ao quinto dia

Intersindical

Trabalhadores(as) na frente da Medley/Sanofi-Aventis, na madrugada de

01/04/13,

com ostensiva presença da Polícia Militar

A greve na Medley/Sanofi-Aventis, em Campinas, entra em seu quinto dia hoje (01/04/13) sem que a farmacêutica abra qualquer possibilidade de abrir negociação com o Unificados sobre as reivindicações das trabalhadoras e trabalhadores. A greve teve início em 26 de março.

Com a intransigência patronal, e sem receberem qualquer retorno, os trabalhadores que entrariam hoje às 6 horas permaneceram no lado de fora dos portões. A produção está parada. No total há cerca de 1.200 trabalhadores na Medley/Sanofi.

Em infrutífera tentativa de desmobilizar os trabalhadores por meio da intimidação, a farmacêutica pediu a presença da Polícia Militar.

Motivos da paralisação: Linha dura e arrocho

A Sanofi-Aventis é uma multinacional francesa do ramo farmacêutico e adquiriu a Medley Farmacêutica em 2009 por R$ 1,5 bilhão. Paulatinamente, ela foi implantando seu método de gerenciamento. E, com ele, vieram imposições de quebra de direitos, de pressão por produção e de endurecimento nas relações verticais de hierarquia.

Como exemplos, a proposta para participação nos lucros e resultados (PLR) para este ano é cerca de R$ 1.000,00 inferior ao valor pago em 2012; o plano de cargos e salários foi descaracterizado, abrange apenas parte do pessoal e foram incluídas normas fora do acordo coletivo da categoria; a pressão por produção tem motivado a elevação de doenças do trabalho e a empresa se recusa a abrir Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), o que é obrigada por lei; e o comportamento da chefia é unicamente na linha da pressão por maior produção, com base em assédio moral por meio de agressões verbais e ameaças.

Com o crescimento das denúncias e reclamações dos trabalhadores ao sindicato devido a este quadro na Sanofi-Aventis/Medley, por várias vezes o Unificados tentou equacionar por meio de reuniões com a direção da multinacional, mas sem qualquer resultado devido às constantes negativa da empresa.

Assembleia recusa proposta patronal de 8% de aumento salarial

Em assembleia realizada na noite de 28 de março na Regional Campinas, as trabalhadoras e trabalhadores recusaram a proposta patronal na campanha salarial do setor farmacêutico, que tem data base em 1 de abril.

O índice de 8% de reajuste salarial deverá repor a inflação dos últimos doze meses (estimada em torno de 7%, mas que deverá ser divulgada inicialmente em 11 de abril), mas o aumento real será inferior a 1%, o que é contradição frente ao crescimento do volume de produtividade, vendas e lucros do setor.

Conforme dirigentes do Unificados, esta proposta deverá fazer crescer as mobilizações nas fábricas, inclusive com greves, o que forçará a patronal à retomada de negociações para melhores condições no acordo coletivo.

A proposta na íntegra

• Reajuste salarial de 8% para quem recebe até R$ 5.500,00; e fixo de R$ 440,00 para salários superiores.

• Reajuste no piso salarial de 8%, que vai a R$ 1.044,90, nas empresas com até 100 trabalhadores e de 9%, que vai a R$ 1.172,00, nas com 101 ou mais trabalhadores.

• Participação nos lucros e resultados (PLR) com reajuste de 8%, que vai a R$ 1.103,00, nas empresas com até 100 trabalhadores, e de 9%, que vai a R$ 1.523,50, nas empresas com mais.

• Vale alimentação com reajuste de 10%, que vai para o valor de R$ 78,04, nas empresas com até 100 trabalhadores e de 12%, que vai para R$ 120,40, nas com 101 ou mais trabalhadores.

• Manutenção das cláusulas atuais para as horas extras e para o adicional noturno.

• Abono salarial de R$ 500,00, para pagamento 50% em junho e 50% em outubro, ou em parcela única em setembro.

• Para ampliação da licença maternidade parra 180 dias, a criação de um grupo de trabalho que terá seis meses para apresentar uma proposta.

• Para a criação da organização no local de trabalho (OLT), criação de um grupo de trabalho para apresentar propostas de implantação.