Greve geral paralisa Argentina
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A Argentina parou na quinta-feira (10) por conta de uma greve geral convocada pela maioria das centrais sindicais do país. A paralisação teve como pautas os reajustes salariais, o combate à inflação e o aumento da aposentadoria. Segundo os sindicalistas, a adesão à greve foi elevada, e – afora as manifestações – as ruas das principais cidades do país estavam vazias.
Sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda aderiram à greve e passaram todo o dia, desde as primeiras horas da madrugada, construindo piquetes em importantes vias de acesso às cidades e resistindo contra a forte repressão policial. A paralisação tomou grande parte dos setores da Argentina, em especial as montadoras, a educação, as empresas alimentícias e o transporte público. Todos os voos da empresa estatal foram cancelados, e outros voos também não decolaram ou pousaram por conta da paralisação dos trabalhadores dos aeroportos.
O governo de Cristina Kirchner, assustado pelo tamanho da mobilização, criticou os grevistas atribuindo-lhes “motivação política”. A greve expressa um conjunto de demandas concretas dos trabalhadores, mas também evidencia uma enorme demonstração de força das várias frações de oposição ao governo Kirchner, considerando que há eleições para a presidência do país no ano que vem e que o oficialismo sofreu grandes derrotas nas eleições legislativas do ano passado.
Segundo Marcelo Ramal, dirigente do sindicato dos professores da Universidade de Buenos Aires e do sindicato nacional CONADU Histórica, “a paralisação foi um verdadeiro pronunciamento massivo e contundente de toda a classe trabalhadora contra o ajuste, em defesa do salário e das aposentadorias e para acabar com os impostos sobre os salários. Os piquetes que fazemos em Buenos Aires e em todo o país contribuíram para dar força à paralisação e ao mesmo tempo deixaram claro um programa sindical e político para o país” disse Ramal.