Greve dos servidores força centrais a se posicionarem

A nota digulgada pelos presidentes da CUT, CTB,

Força Sindical, Nova Central e UGT é um claro reconhecimento da extensão e força das greves de seridores

– que já conta com mais de 30 categorias e 350 mil trabalhadores parados e tem recebido apoio de amplas parcelas da sociedade. As entidades, que, no campo político geral

apóiam

o governo Dilma, criticaram também o corte de ponto anunciado e a possível substituição de grevistas – classificando tais medidas de autoritárias -, e pediram a abertura de negociações. O movimento grevista dos servidores reflete a defasagem de salários e a necessidade de reconstruir-se o setor público,

muito enfraquecido pela destinação de 45% do orçamento

federal para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública, e pela prioridade dada

pelo governo ao financiamento do setor privado, como fez, recentemente, com a renúncia fiscal e a oferta de bolsas adotadas para universidades particulares, somando

mais de 17 bilhões de reais.

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Centrais sindicais apoiam greve de servidores e chamam governo de autoritário

Em comunicado, seis das principais entidades do País manifestaram apoio a grevistas e pediram mais espaço para negociação

SÃO PAULO – As principais centrais sindicais do País divulgaram na tarde deste domingo, 12, uma carta de apoio à greve dos servidores federais em todo o Brasil. O documento, assinado pelos presidentes da CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT, foi publicado no site das entidades e repudia o que chama de “autoritarismo” do governo no trato das demandas dos trabalhadores. O comunicado também defende o aprofundamento das negociações para a normalização dos serviços públicos afetados.

A paralisação já conta com mais 30 categorias e 350 mil servidores, entre policiais federais, fiscais da receita, inspetores da vigilância sanitária, professores e outros. A falta de efetivo vem causado transtornos como filas nos aeroportos, bloqueio de mercadorias nos portos e cancelamentos das aulas nas universidades.

No comunicado divulgado neste domingo, as centrais pedem a regulamentação da Convenção 151 – da Organização Internacional do Trabalho (OIT) -, que trata do direito à greve e organização coletiva dos trabalhadores. As entidades criticam o corte de ponto e a substituição de grevistas pelo governo, afirmando que isso “serve apenas para acirrar os ânimos e por lenha na fogueira do descontentamento do funcionalismo público federal.”

As centrais atribuem a situação atual à falta de disposição desta e de outras administrações em dialogar com os funcionários e afirma que “há décadas (os trabalhadores são) submetidos à uma política de desvalorização da carreira de servidor e de arrocho salarial.”

No fim do texto, as centrais reafirmam que a saída para a paralisação está na disposição das partes de sentarem à mesa e negociarem “até a exaustão”. As entidades dizem visar uma “solução rápida do conflito” e a redução dos prejuízos causados à população.