Greve conjunta mobiliza docentes, técnico-administrativos e estudantes na Unesp

Andes-SN

Em plenária realizada nesta segunda-feira (3), a Associação dos Docentes da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Adunesp) se reuniu com representantes de várias unidades para avaliar o andamento da mobilização na Unesp, a partir do indicativo conjunto de greve. O movimento é crescente entre os docentes, com adesão à greve aprovada em Marília e no Instituto de Artes (IA/São Paulo), e paralisações definidas em Assis e São José do Rio Preto. Com início no dia 3, servidores técnico-administrativos de mais de 15 campi deliberaram pela greve e outros campi aprovaram paralisação de um dia. Entre os estudantes, sete campi começaram a greve também no mesmo dia.

A pauta unificada dos três segmentos – docentes, técnico-administrativos e estudantes –, representados pela Adunesp, Sintunesp e Conselho de Entidades Estudantis da Unesp e Fatec (Ceeuf), exige o Plano de permanência estudantil, com base nas reivindicações constantes na Pauta Unificada 2013; não ao Pimesp (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista); a paridade entre os três segmentos nos órgãos colegiados da Unesp; reajuste salarial de 11% para servidores técnico-administrativos e docentes; isonomia de pisos e benefícios; e não à repressão aos movimentos sociais.

De acordo com a Adunesp, Seção Sindical do ANDES-SN, do ponto de vista econômico, a categoria tem acumulado vários prejuízos, não só com perdas registradas desde 1989, mas também em relação às demais universidades, como, por exemplo, com o pagamento de valores atuais menores que os pagos aos docentes da USP e Unicamp. A Adunesp cita ainda os pagamentos de “prêmios de excelência” somente na USP e o não pagamento dos 3,71% de correção para os titulares da Unesp, entre outros.

Para o diretor da Adunesp, Antônio Luis de Andrade, a isonomia é um dos pontos centrais da pauta de reivindicações dos servidores. “Defendemos a isonomia nas universidades e colocamos isso na pauta comum como ponto de discussão. Avaliamos que ela está sendo destruída nas três instituições, com pagamentos de pisos diferenciados em relação aos salários dos servidores e diferenças nas gratificações e pagamentos de abonos, que estão sendo feitos na USP, na Unicamp e não estão sendo feitos na Unesp. Os valores pagos em relação ao vale-alimentação e auxílio-refeição também não são iguais e foram implantados em épocas distintas”, exemplifica.

“Apresentamos pauta unificada que tem vários pontos, que vão desde a questão de luta contra a perseguição de liderança do movimento estudantil, de servidores e docentes, a permanência estudantil e a questão da isonomia dos salários”, acrescenta Andrade. Segundo o diretor da Adunesp, as atividades estão sendo feitas em conjunto pelos três segmentos. “Na quarta-feira (29), fizemos reunião com os alunos, funcionários e professores para abertura e definição de políticas de negociações nos campi da universidade”. Esta semana, estão previstas assembleias dos docentes nos campi de Assis, Rio Preto, Rio Claro, Marília, Guaratinguetá, entre outros, a fim de intensificar a mobilização. “Várias plenárias estão acontecendo neste período. Mantemos o indicativo de greve e estamos marcando nova plenária para o dia 12 , conta Andrade.

Sobre o processo de negociação, o diretor da Adunesp afirma que, inicialmente, a reitoria não mostrou disposição para negociar. “Ontem (3) fizemos uma reunião com a reitoria e propomos uma reunião de negociação para dia 7. Inicialmente, a reitoria se disp?s a fazer encontros separados com os três segmentos, mas pleiteamos uma reunião unificada, que foi marcada para a manhã desta sexta-feira (7)”.

Andrade ressalta a importância da mobilização dos docentes para criar condições mais favoráveis de negociação. “A mobilização dos técnico-administrativos e dos estudantes esta grande e apostamos na mobilização dos professores para conquistarmos valores iguais e isonomia. Precisamos de força suficiente para fazer a reitoria se mexer e atender às nossas reivindicações”, diz.

Entre as atividades previstas para os próximos dias estão uma reunião conjunta entre representantes da Adunesp, Sintunesp e Ceeuf em São Paulo, nesta quinta-feira (6), além de atividades gerais nos campi e reunião do Fórum das Seis – que reúne as entidades representativas dos técnico-administrativos e docentes das três universidades estaduais paulistas (Unesp, USP e Unicamp) – também no mesmo dia, e indicativo de um dia de paralisação nas universidades estaduais paulistas, com ato unificado em Campinas, no dia 11 de junho. “O ato unificado tem como objetivo pressionar a reitoria para o atendimento das pautas específica e para manter a discussão sobre a pauta unificada”, explica Andrade. No dia 12, está marcada uma nova plenária na Adunesp, em São Paulo.

Negociação

No dia 24 de maio, a Adunesp, o Sintunes e o Ceeuf divulgaram um boletim conjunto sobre o processo de negociação, com a divulgação da greve geral com início em 3 de junho. De acordo com o boletim, a segunda rodada de negociação da data-base 2013 não apresentou avanços. Após a rejeição dos servidores em relação à proposta de 5,39% de reajuste, a reitoria se mostrou intransigente.

Reunidos após a negociação, Sintunesp, Adunesp e representantes dos estudantes da Unesp (indicados pelo Conselho de Entidades Estudantis Unesp/FATEC – Ceeuf) avaliaram que a conjuntura na Unesp é favorável a uma mobilização que vá além de um dia de paralisação.