Governo grego pró-troika determina prisão de até 3 meses para marinheiros em greve

CUT

Marinha mercante foi paralisada contra o corte de salários e a “desregulamentação” do setor imposta pelo FMI, UE e BCE

O governo grego ameaçou levar à prisão os marinheiros mercantes que não voltassem ao trabalho na última quarta-feira, quando a greve contra o corte de salários e a “desregulamentação” do setor – imposta pela troika (Fundo Monetário Internacional, União Europeia e Banco Central Europeu) completava sete dias. Até então, o transporte marítimo de carga entre as mais de 200 ilhas habitadas vinha sendo feito por centenas de policiais que ocuparam o gigantesco porto de Pireo.

Para forçar os marinheiros a retornarem ao trabalho, o governo utilizou pela segunda vez em duas semanas o decreto fascista de “mobilização forçada”, acionado diante de “situações que perturbem a vida econômica e social”, obrigando os trabalhadores a voltarem “imediatamente” aos seus postos, sob pena de “encarceramento por até três meses”. Na semana passada, o decreto e a polícia foram usados contra a paralisação dos trabalhadores do metrô, que também reagiam ao corte de salários e direitos.

“O porto foi ocupado desde ontem à noite por centenas de forças especiais da polícia, anti-motim e da Guarda Costeira”, denunciou a Federação Pan-helênica de Marinheiros (PNO), frisando que “o autoritarismo e o alistamento obrigatório não acabarão com a vontade e a determinação dos trabalhadores que estão se mobilizando para exigir um trabalho digno”. Em repúdio às perseguições, os trabalhadores marítimos realizaram uma marcha até o Ministério da Marinha Mercante.