Fiscalização liberta 56 pessoas de trabalho escravo

Radioagência NP

Irmão da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) é um dos donos da empresa responsável pela exploração da área.

Uma ação de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego libertou 56 pessoas em condições semelhantes à escravidão na Fazenda Água Amarela, em Araguatins (TO). Segundo reportagem da agência Repórter Brasil, a área, explorada pela RPC Energética é utilizada para extração de eucaliptos e produção de carvão vegetal. A matéria-prima produzida é fornecida para a siderúrgica Fergumar (Ferro Gusa do Maranhão Ltda.).

Durante a operação, encerrada na semana passada, foram encontradas situações de servidão por dívida, jornadas exaustivas e aliciamento. Os alojamentos e frentes de trabalho também foram flagrados em condições degradantes. Os banheiros destinados para uso dos trabalhadores das carvoarias eram improvisados com uma lona cercando o local e uma lata, sem fossa, como latrina. Nos barracos onde as vítimas dormiam também não havia sanitários em funcionamento.

Ainda foram resgatadas na ação quatro mulheres, além de um menor que foi encontrado realizando atividades insalubres e perigosas.

De acordo com os fiscais, a empresa responsável pela exploração da área pertence a Paulo Alexandre Bernardes da Silva Júnior e André Luiz de Castro Abreu, irmão da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), liderança ruralista e presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A Fergumar, dona da fazenda, foi enquadrada em 18 autos de infração lavrados na operação.