Estaleiro Eisa dá férias coletivas no Rio e não paga direitos dos trabalhadores

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Uma situação alarmante chamou a atenção da indústria naval do Rio do Janeiro. O Estaleiro Eisa, na cidade do Rio, colocou todos os seus funcionários em férias coletivas até o dia 14 de julho garantindo todas as remunerações. Tudo acordado e certo se não fosse a falta de pagamento dos benefícios por parte do estaleiro que é controlado pelo Grupo Sinergy, o mesmo que comanda o Estaleiro Eisa Petro Um (Mauá) em Niterói.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e diretor da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Edson Rocha, alerta para os graves problemas relacionados ao estaleiro ligados ao Grupo Sinergy nos últimos meses. Atrasos em salários, não pagamento de férias entre outros problemas internos que já foram pauta de diversas reuniões junto ao Sinaval (Sindicato patronal).

Esta semana, mais episódio triste tomou conta dos noticiários e levou os trabalhadores à porta do estaleiro na cidade do Rio para pressionar a empresa a pagar o salário, o 1/3 de férias e os dois créditos do cartão alimentação.

Após o ato realizado pelo sindicato do município, a empresa se comprometeu a quitar todos os débitos até o quinto dia útil de julho. No entanto, os trabalhadores ainda estão receosos e uma nova assembleia com a categoria está agendada para o dia 14 de julho, data programada para retorno das atividades no estaleiro.

Outro detalhe muito importante que também deixa claro a vulnerabilidade do estaleiro e o emprego dos metalúrgicos é a suposta venda do Estaleiro Eisa que foi confirmada pela direção da empresa na última assembleia. Os companheiros do Rio exigiram que o Eisa convoque todos os trabalhadores caso algum negócio se concretize antes da data estipulada para o retorno das férias coletivas. Essa cautela visa garantir todos os direitos dos trabalhadores.

Apesar de férias coletivas, a empresa garantiu ao sindicato do município que não haverá nenhum prejuízo ou desconto nos salários dos funcionários.

“Mais uma vez estamos diante de uma tentativa de desestabilizar o setor naval brasileiro comandado pelo grupo Sinergy que vem demonstrando nos últimos meses total descomprometimento com os altos investimentos do governo brasileiro e da Petrobras. Lutamos tanto para resgatar a indústria naval no país e, agora, alguns empresários insistem em levar as obras para fora. Tudo isso para lucrarem mais em locais onde a mão de obra é mais barata. Temos a política do conteúdo mínimo local que é uma garantia de obras e emprego para os brasileiros. Não podemos tolerar qualquer tipo de manobra para desestruturar o setor. Estamos atentos. Nossa preocupação é que o grupo Sinergy queira adotar a mesma postura em Niterói. Para isso, já estamos nos organizando para proteger os trabalhadores. O Sindicato está atento, a CNM também e estamos solidários com os companheiros do Rio de Janeiro”, afirma o Edson Rocha.

Vale lembrar que o mesmo grupo Sinergy que controla os estaleiros Eisa (Rio de Janeiro) e Eisa Petro Um (Niterói), é dono também da empresa de aviação Avianca, onde em momento algum se noticia ou comenta qualquer tipo de crise.