Espanha: Greve Geral da Educação e manifestações massivas

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Em Espanha na quinta-feira (24), a Greve Geral da Educação contra a proposta de lei governamental e em defesa da Escola Pública foi mais massiva que a de Maio passado. Por todo o Estado espanhol realizaram-se manifestações ao final da tarde, que juntaram centenas de milhares de pessoas. Em Madrid, na Maré Verde terão participado 250.000 pessoas, segundo os convocadores.

A Greve Geral da Educação contra a proposta de lei governamental e em defesa da Escola Pública foi mais massiva que a de Maio passado

A Greve Geral da Educação em Espanha foi convocada pela Plataforma Estatal pela Escola Pública que envolve muitos coletivos, associações de pais, sindicatos de professores e estudantes e as centrais sindicais, nomeadamente UGT, Comisiones Obreras, CSI-F (central sindical independente e de funcionários) e STES (Confederação de sindicatos de trabalhadoras e trabalhadores do ensino).

A Plataforma aponta que a paralisação desta quinta-feira terá tido uma adesão de 83% entre os professores da Escola Pública, 91% nos professores da universidade e 35% no ensino privado.

Segundo o jornal “El Pais”, a greve foi mais massiva que a de maio passado devido ao apoio ativo de pais e universitários.

O movimento (Maré Verde) luta contra a proposta governamental de nova lei de educação, (“Lei Wert” – Wert é o nome do ministro da Educação do governo do PP), contra os cortes e em defesa da Escola Pública.

Esta é a terceira greve geral da Educação no Estado espanhol. Na primeira, o protesto era contra os cortes na educação. Na segunda, em 9 de maio passado o protesto centrou-se já no combate à proposta governamental. Esta terceira Greve Geral centrou-se também no combate à Lei Wert, além dos cortes na educação e no aceso a bolsas e teve uma convocatória ainda mais ampla. Neste protesto, os estudantes realizaram três dias de greve (terça-feira, quarta e quinta – 22, 23 e 24 de outubro).

A Lei Wert foi aprovada há duas semanas pelo Congresso dos deputados apenas com os votos do PP de Mariano Rajoy, com a oposição de todos os restantes partidos e da comunidade educativa. A lei ainda terá de ser aprovada pelo Senado.

A Plataforma Estatal pela Escola Pública opõe-se à lei porque ela é um ataque à Escola Pública favorecendo abertamente o setor privado (no texto da lei o conceito “prestação de serviço público de educação” é substituído por “prestação de serviços”). A lei Wert reforça o controle do ministério sobre os currículos, reforça o papel do diretor e diminui o dos conselhos escolares, fixa o castelhano como língua principal no ensino em todo o Estado espanhol, protege os colégios que separam os sexos, substitui “Educação para a Cidadania” por “Educação em Valores” e institui a Religião como matéria de avaliação. Esta nova lei aumenta o número de exames e aumenta o número de alunos por turma.

Além da lei Wert, o governo aprovou um novo decreto que dificulta o acesso a bolsas de estudo, enquanto aumenta também os cortes e sobem os valores das matrículas.

No final dos protestos da quinta-feira, os manifestantes prometem prosseguir a luta e exigiram a demissão do ministro da Educação, José Ignacio Wert.