Em assembleia, trabalhadoras e trabalhadores da construção civil rejeitam proposta da patronal

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Cerca de 1500 trabalhadoras e trabalhadores da construção civil participaram na noite da última quinta-feira, 4, da assembleia geral que decidiria os rumos da campanha salarial em curso. Conduzida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Fortaleza, ao final a assembleia rejeitou, por unanimidade, a proposta de ajuste salarial feita pela patronal, que é de 7,5%.

Desde janeiro, quando aprovada a pauta da campanha salarial, o pedido de ajuste foi de 20% e agora segue em 15%. O pedido se baseia no crescimento do setor na capital fortalezense, que supera o do país. Além do ajuste de salário proposto pela patronal, a categoria rejeitou também o referente ao vale alimentação. Enquanto os patrões tentam fechar em R$55, a categoria se manteve firme na exigência dos R$90.

Isso acontece porque em Fortaleza, a inflação já atingiu a casa dos 9,24%, índice superior aos 6,82% registrados no país. Para Nestor Bezerra, diretor do sindicato, “quando vai comprar arroz, feijão, carne ou outros alimentos da cesta básica, o trabalhador sente o peso da inflação. Por isso, não dá para aceitar essa proposta da patronal, que aumenta em R$5 o auxílio recebido pelo trabalhador. Isso não melhora em nada sua vida.”

A mobilização segue

Estão previstas ainda duas rodadas negociação entre o sindicato dos trabalhadores e o sindicato dos patrões. Além de ter votado a rejeição da proposta feita pela patronal, as trabalhadoras e trabalhadores que construíram a assembleia encaminharam também mobilizações diárias nos canteiros de obras e uma grande passeata que será realizada no dia 18 de abril, com concentração às 18h, na Praça Portugal.

Segundo o diretor do sindicato, a receptividade dos trabalhadores tem sido excelente. “Os trabalhadores da construção civil estão acostumados com a luta do seu dia a dia. São trabalhadores que quando a gente chega nos canteiros, se reúnem no refeitório e ficam atentos a cada informe. Eles já estão sabendo da campanha salarial e estão dispostos a lutar até o final. Essa assembleia foi um grande exemplo disso”, concluiu.