EM APOIO ÀS REIVINDICAÇÕES DOS ENTREGADORES POR APLICATIVO DE TODO O BRASIL

Nas últimas semanas, ocorreram protestos de entregadores por aplicativo por todo o Brasil, como em São Paulo, Teresina, Campinas e Umuarama. Uma categoria que vem tendo seu trabalho cada vez mais precarizado, mostra que tem capacidade organizativa, organizando protestos majoritariamente por grupos no Facebook e WhatsApp.

Os protestos têm em comum as mesmas reivindicações, que são as seguintes:

1 – Aumento do valor repassado pelas entregas que realizamos

Ser entregador é as vezes receber menos de 5 reais por entregas que demoram mais de 40 minutos, entre ida e volta. Nos últimos anos, as empresas responsáveis pelas entregas vem diminuindo cada vez mais a parcela que o trabalhador recebe por pacote. Essa é uma reivindicação que não é de agora.

2 – Fim dos desligamentos! Muitos entregadores estão sendo desligados dos aplicativos sem justificativa prévia

Nas últimas semanas, diversos trabalhadores vem se surpreendendo com um aviso de bloqueio da plataforma, dado sem motivo nenhum aparente. Isso se dá devido a pontos como a cláusula nona dos termos de uso da ifood, que abre brecha para a empresa imotivadamente poder desligar qualquer trabalhador a qualquer momento, e sem necessidade de justificativas. Isso é um grande problema para muitos entregadores que se endividaram para comprar suas motos, ou bicicletas, para trabalhar, e dependem da renda para sobreviver.

Ocorre que nesta conjuntura, muitos trabalhadores que perderam seus empregos correm para trabalhar como entregadores em plataformas como o ifood, Uber Eats, Rappi etc. O número de entregadores se tornou muito alto para o número de pedidos, e as empresas, além de reduzir drasticamente a taxa de entrega e o número de corridas ofertadas, estão arbitrariamente desligando trabalhadores. É provável que existam critérios relacionados a produtividade no algoritmo do aplicativo responsável por esses desligamentos, mas é difícil dizer pois os códigos são fechados, além de ser difícil observar o caso dos entregadores desligados, visto que as informações são restritas às empresas.

3 – Fornecimento de EPI’s em decorrência da pandemia de COVID-19

Como as empresas, em seus termos de uso, nos obrigam a atestar que não temos qualquer vínculo empregatício, e que somos trabalhadores autônomos, elas não nos fornecem os EPI’s para que possamos trabalhar em segurança. Isso é um problema grave nesse contexto em que tem uma doença ALTAMENTE contagiosa por aí, e nosso trabalho exige necessariamente contato físico com terceiros.

Se somos mesmo autônomos, por que as empresas sempre referem a si mesmas como responsáveis pelos bilhões de reais movimentados anualmente por entregas? Somos nós quem movimentamos esse mercado bilionário, e os empresários só pensam no dinheiro que entra no próprio bolso. 

O LUCRO NÃO PODE VIR ANTES DA VIDA!