Eletricitários se acorrentam em ocupação da sede da Cemig
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Os eletricitários demitidos da Cemig Serviços que ocuparam ontem, terça-feira, 10, o saguão da sede da Cemig, no bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte, permanecem hoje no local. Eles dormiram na empresa e a intenção é continuar o movimento até que o governador Antônio Anatasia e/ou o presidente da Cemig, Djalma Morais, aceitem recebê-los para negociar suas reivindicações.
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa está acompanhando a mobilização dos eletricitários e cobra a negociação. Na manhã desta quarta-feira, o presidente da Comissão, deputado Durval Ângelo (PT), convocou um dos trabalhadores da Cemig Serviços para prestar depoimento, em audiência pública. O eletricitário resgatou o histórico de desmandos, perseguições e discriminação contra os empregados da Cemig Serviços, no período de 2008 a junho de 2013, até culminar na demissão de todo o pessoal. Ele também pediu à Assembleia apoio para a luta dos trabalhadores pela reintegração ao trabalho, na Cemig Distribuição.
Aprovados e selecionados por meio de concurso público para atuar numa empresa 100% da Cemig,
mas depois demitidos, os trabalhadores reivindicam a reintegração e a transferência para a Cemig Distribuição.A imprensa faz a cobertura da manifestação dos eletricitários que se acorrentaram no hall de entrada do prédio da empresa.
Os deputados estaduais Rogério Correia e Pompílio Canavez se reuniram com o presidente da Cemig, Djalma Morais, para levar as reivindicações dos trabalhadores e tentar agendar uma reunião de negociação. Morais se recusou a receber os trabalhadores e insistiu na proposta já rejeitada pelos eletricitários e repudiada pelo Sindieletro de contratação dos concursados para trabalhar nas empreiteiras da Cemig.
Histórico da Cemig S
A Cemig Serviços foi criada em 2008 e chegou a ter mais de 200 eletricitários, contratados para a leitura e entrega de contas de energia aos consumidores. Em 2013 a subsidiária foi fechada e a Cemig demitiu todos os trabalhadores.
Quando candidato, o governador Antônio Anastasia prometeu criar empregos de qualidade em Minas Gerais e os trabalhadores cobram este compromisso de campanha. Na Cemig Serviços os eletricitários tiveram, ao longo de quatro anos, empregos diferenciados dos da Cemig Distribuição. Apesar das diversas tentativas de negociação, a Cemig nunca se mostrou de fato aberta ao diálogo. Os trabalhadores da Cemig S recebiam salários inferiores aos praticados na Distribuição e Geração, não tinham plano de saúde, Forluz (previdência privada) e outros benefícios. Além disso, as condições de trabalho eram péssimas.
Além da mobilização para conseguir a transferência para a Cemig Distribuição, os eletricitários da Cemig Serviços também buscam seus direitos na Justiça do Trabalho. O Ministério Público do Trabalho (MPT), com base em depoimentos, denúncias e reivindicações dos trabalhadores que atuaram no Grupo Cemig, apresentou ação civil pública à Justiça do Trabalho. O MPT pede que os demitidos sejam reaproveitados na Cemig Distribuição, com a mesma alegação: eles fizeram concurso público, obtiveram o direito de trabalhar na Cemig e como manda a Constituição, trabalhadores da administração direta e indireta não podem ser demitidos arbitrariamente.