Dois meses após demissão em massa, funcionários esperam acerto

OTempo

Mais de 1.200 trabalhadores que eram contratados da Alpha Vigilância, empresa terceirizadora do mesmo grupo da PH Service, que decretou falência no início de maio deste ano, ainda aguardam para receber o dinheiro referente aos direitos trabalhistas.

Uma funcionária que trabalhava para a Alpha Vigilância, que tinha sede no bairro Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte, e pediu para não ter a identidade revelada, conta que os terceirizados não receberam o salário referente ao mês de maio nem o acerto. Segundo ela, a negociação ficou a cargo do sindicato, mas, até o momento, não foi firmada uma data para que os ex-funcionários recebam o dinheiro, o que desequilibra o orçamento de muitas famílias. “Tem conta atrasada, tudo no dia a dia da gente fica comprometido por causa disso”, conta.

Ainda de acordo com a ex-funcionária, que prestava serviços na Delegacia Regional do Trabalho, em Belo Horizonte, uma nova empresa assumiu as funções que antes eram da Alpha Vigilância e recontratou os antigos funcionários no mês de junho.

Negociação

As negociações acontecem por meio de audiências no Ministério Público do Trabalho (MPT-MG) acompanhadas pelo Sindicato dos Empregados das Empresas de Segurança e Vigilância do Estado de Minas Gerais.

De acordo com José Carlos Souza, responsável pelo sindicato, cerca de 2.000 funcionários prestavam serviços para a Alpha Vigilância e, destes, 800 já receberam o dinheiro referente ao acerto. “As negociações estão encaminhadas e, agora, a gente está chamando os clientes (da Alpha Vigilância) para entrar em acordo”, afirmou Souza. Segundo ele, o sindicato tem feito o possível para agilizar o processo, que ficaria prejudicado pela suspensão de expediente em dias de jogos da Copa do Mundo. Apesar da demora, Souza garante que todos os funcionários vão receber.

Relembre

A PH Serviços e Administração Ltda., empresa terceirizadora que atuava em sete Estados brasileiros, demitiu 40 mil pessoas em todo o país após comunicar formalmente o encerramento de suas atividades no dia 12 de maio deste ano. Também fazia parte do grupo a empresa de segurança Alpha Vigilância.

Em Minas Gerais, 11 mil funcionários terceirizados que prestavam serviços em 86 instituições foram desligados da empresa, que também atuava nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Distrito Federal e Paraná.

Fonte: Bruna Carmona/O Tempo