Docentes fazem manifestação na porta do governador Sérgio Cabral, no Leblon

andes.org.br

Na manhã de domingo (7), uma manifestação reuniu docentes, técnico-administrativos e estudantes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) na praia do Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, próximo à residência do governador Sérgio Cabral.

O grupo reivindicou aumento de salários, reformulação do plano de carreira, e melhor infraestrutura na universidade. Os professores da universidade estão sem reajuste há 11 anos.

O ato foi apoiado pela Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj), Seção Sindical do ANDES-SN, pelo Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio de Janeiro (Sintuperj) e pelo DCE.

De acordo com o presidente da Asduerj, Guilherme Mota, o mote principal das reivindicações é a falta de condições de trabalho na universidade. “Em alguns locais não têm nem energia elétrica suficiente para dar conta dos equipamentos que conseguimos através de projeto de pesquisa. Este é só um exemplo da precariedade. Alguns dos quadros de luz têm o disjuntor com uma moeda, que produz risco de incêndio. Aos fins de semana, evitamos usar laboratórios, especificamente o de Matemática e Estatística, por conta da falta de segurança gerada pelo problema de infraestrutura”, denuncia.

A falta de reajuste no salário dos professores também foi uma das reivindicações na manifestação de domingo. “Vamos completar 12 anos sem reajuste salarial. Os docentes da Uerj, que um dia já estiveram entre os melhores salários do pais, hoje estão logicamente bem piores. Nós reivindicamos uma recomposição salarial das perdas que estão superando 73%”, explica.

Repressão policial

Na última quinta-feira (4), policiais militares usaram gás lacrimogênio e balas de borracha para dispersar cerca de 400 manifestantes que protestavam no mesmo local, contra a expulsão do grupo acampado próximo à casa do governador do Rio de Janeiro. “Nessa manifestação, tivemos uma demonstração de extrema truculência do governador, que transformou a praia do Leblon em uma praça de guerra, através da ação do Batalhão de Choque e da PM. Por isso a manifestação de domingo (7) teve grande adesão”, conta o presidente da Asduerj.

“Na manifestação, estávamos trabalhando também com a questão da solidariedade, em relação à violência da polícia do Rio, que ocorre na favela com balas de verdade e, em certos locais e em regiões nobres, com gás lacrimogênio, homens mascarados e sem identificação. O governo tem gasto absurdos para conter as manifestações populares enquanto nosso governador fica passeando de helicóptero, que as denúncias têm mostrado sua utilização indevida para fins particulares. Toda população está inconformada com isso”, acrescenta.

A Uerj vai parar dia 11 de julho

A participação dos professores da Uerj na paralisação do dia 11 de julho foi aprovada, por unanimidade, na assembleia docente extraordinária, realizada nesta quinta-feira (4). O movimento tem como pauta reivindicações construídas ao longo dos últimos anos pelas organizações trabalhistas.

“Nós faremos paralisação dia 11, aprovada em assembleia, e estamos divulgando por nossos meios, com panfletagens, e vamos com força total para dia 11. O movimento do conjunto de trabalhadores é importantíssimo neste momento”, ressalta Mota.