Desrespeito: Embraer volta a oferecer apenas a inflação

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Em negociação realizada na sede da Fiesp, setor aero repetiu proposta de aumento real zero

Em negociação realizada com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, os representantes do setor aeronáutico mantiveram a proposta de reajuste de apenas 6,07% mesmo após a greve que paralisou a produção da Embraer por quatro horas, na última terça-feira.

A negociação foi realizada na manhã da quinta-feira, dia 10, na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na capital paulista.

A proposta prevê “aumento real zero”, já que corresponde apenas à reposição da inflação do período de setembro de 2012 a agosto de 2013.

O Sindicato fez uma contraproposta aos patrões de 10% de reajuste sem estabelecimento de teto e renovação das cláusulas sociais com inclusão da redução da jornada de trabalho e eleição de delegado sindical.

Na categoria, os metalúrgicos estão conquistando reajustes entre 8% e 10%. A Embraer, maior metalúrgica do estado de São Paulo, é a única a oferecer apenas a inflação como índice de reajuste salarial.

Com a postura da Embraer e dos empresários do setor, os trabalhadores devem partir para novas mobilizações nos próximos dias, a exemplo do que foi feito esta semana.

“A proposta da Embraer é inaceitável e demonstra a intransigência da empresa. Agora, é avançar na mobilização e manter a união entre os trabalhadores da produção e do setor administrativo, além dos companheiros das outras unidades localizadas no estado de São Paulo”, disse o vice-presidente do Sindicato e trabalhador da Embraer, Herbert Claros da Silva.

Mobilização de terça-feira

Os trabalhadores pararam a produção na terça-feira, dia 8, para pressionar a empresa a reabrir as negociações da Campanha Salarial. Diante da paralisação, a Fiesp/Embraer aceitou agendar uma nova reunião com o Sindicato.

Foram 6 mil trabalhadores da produção e setor administrativo parados em frente ao portão principal da Embraer e ao longo da Avenida Faria Lima. Foi a primeira vez desde a privatização da empresa que os setores de produção e administração pararam juntos.

A paralisação começou às 5h51, horário de entrada do primeiro turno da produção, e só terminou às 10h, com a notícia de que a Fiesp havia cedido e agendado a negociação.