Desoneração da folha de pagamento: mais um ataque aos trabalhadores

cspconlutas

Estimativa é de que porcentagem atual de 20% de

contribuição da patronal caia para cerca de 2%

Em reunião com empresários realizada na terça- feira (27), Dilma foi aplaudida de pé. O governo federal decidiu tornar a desoneração da folha de pagamentos, que hoje beneficia diversos setores privados, como uma política permanente.

Este benefício teve início em 2011, e atende a 56 segmentos da indústria, serviços, transportes, comércio e construção. Em contrapartida, enquanto garante economia de custos para os empresários, a contribuição da patronal devida à Previdência Social sofre baixa, e os trabalhadores sofrem com a queda de 20% de contribuição na folha de pagamentos para apenas 1% ou 2% do faturamento, conforme a atividade.

Além deste prejuízo que atinge diretamente o trabalhador, o próprio governo federal perdeu cerca de R$ 8 bilhões somente nos primeiros quatro meses do ano, com previsão de perda de mais de 20 bilhões ao longo de 2014.

Este montante renunciado poderia ter como destino melhorias na área social, como saúde, transporte público, educação, moradia. Mas o que vemos é o recente corte de verba para saúde em dezenas de municípios, 5,3% do PIB para a educação, falta de transporte público de qualidade e reivindicação da população por mais moradia.

Para os empresários, a desoneração da folha de pagamentos significa menos gastos com a mão de obra, menos custo para produção, aumentando assim sua lucratividade. Em resumo, o trabalhador custa cada vez menos para as empresas e garante cada vez mais para os negócios e lucros do setor privado.

Para agravar, o governo destinou até o momento R$ 21,4 bilhões de verba pública para as obras da Copa, e ainda isenta os 14 patrocinadores estrangeiros do Mundial de pagar impostos.