Desemprego bancário: instituições demitiram 5 mil no 1º semestre
diap.org.br
Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Trabalhadore do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) mostra que o desemprego no setor, no primeiro semestre, concentrou-se nas empresas privadas, que fecharam quase 5 mil postos de trabalho.
No total do sistema financeiro, foram fechados 1.957 postos de trabalho, segundo o levantamento, feito em parceria com o Dieese e com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho Emprego.
A confederação afirma que o resultado “vai na contramão da economia brasileira”, uma vez que, conforme o próprio Caged, o mercado abriu perto de 830 mil postos de trabalho com carteira assinada no mesmo período. Três dos cinco maiores bancos do país registraram lucro líquido tiveram lucro líquido de R$ 11,7 bilhões apenas nos primeiros três meses do ano. Para os sindicalistas, a rotatividade de mão de obra é uma maneira “perversa” de reduzir salários.
Segundo a pesquisa, os bancos múltiplos, com carteira comercial, contrataram 15.173 bancários no primeiro semestre e desligaram 20.230 – 4.890 a menos. Entre os principais bancos, a Caixa Econômica Federal é o único que apresenta saldo positivo, com 2.804 empregados a mais no primeiro semestre, resultado da contratação de 7.423 profissionais. O Banco do Brasil manteve o quadro estável.
O salário médio dos admitidos no primeiro semestre foi de R$ 2.896,07, ante salário médio de R$ 4.523,65 dos afastados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneração 36% inferior à dos que saem. O Itaú Unibanco comanda a lista, com 6.679 desligamentos, seguido pelo Bradesco, com 2.309.
“Isso explica porque, embora os bancários tenham conquistado 16,2% de aumento real no salário e 35,6% de ganho real no piso salarial desde 2004, a média salarial da categoria diminuiu neste período. Esse é o mais perverso mecanismo de concentração de renda, num país que faz um grande esforço para se tornar menos injusto”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, em nota emitida pela entidade, referindo-se à alta rotatividade no utilizada como mecanismo para redução de custos.
A pesquisa também indica que as mulheres contratadas recebem salário médio de R$ 2.479,92, ou 25% a menos que os homens (R$ 3.290,43). E quando são desligadas, o salário médio das bancárias é 30% inferior ao dos bancários homens (R$ 3.713,43, ante R$ 5.314,74). “Por isso os bancários definiram a defesa do emprego como uma das principais bandeiras da campanha nacional deste ano”, disse Cordeiro.
Nesta terça-feira (30) os bancários entregam a pauta da campanha nacional, na qual reivindicam reajuste salarial de 11,93%, sendo 5% de aumento real, entre outros itens. A categoria tem data-base em 1º de setembro.
Fonte: Rede Brasil Atual