CUT e Força juntas
Autor(es): ADRIANA CAITANO
Correio Braziliense – 14/08/2012
Nascidos juntos no início dos anos 1980, no auge da greve dos metalúrgicos do ABC paulista, o PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) nunca tiveram um embate tão acirrado como o que ocorre desde que o atual movimento grevista no setor público explodiu. Em outros tempos , sindicalistas da central foram às ruas defender o partido. Mas, agora, ameaçam romper a aliança e atingem frontalmente o governo da petista Dilma Rousseff ao lado de concorrentes históricos, como a Força Sindical.
“Por causa da greve, há um incômodo generalizado na CUT que tem afetado o engajamento das bases e, consequentemente, pode ter um efeito negativo nas campanhas de todo o país”, comentou um petista que atua na candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo. Apesar de não assumirem publicamente, integrantes da central chegaram a comentar que estudam apoiar o deputado federal e candidato a prefeito da capital paulista Paulo Pereira (PDT), presidente licenciado da Força Sindical, no lugar de entrar na campanha de Haddad.
Pessoas ligadas à entidade, no entanto, garantem que não interesse à CUT cortar totalmente os laços com o PT, já que o grupo tem candidatos filiados à legenda. “Esses comentários foram feitos mais na intenção de mandar um aviso ao governo de que querer ser ouvidos”, defendeu um integrante da Força Sindical. “Mas, ultimamente, a CUT e a Força têm atuado junto em diversas ocasiões no movimento sindical, principalmente quando o PT os deixa de lado”, completou.