Cummins demite 150 em SP

Valor Econômico

Diante da queda de 40% na produção de caminhões neste ano, a fabricante de motores a diesel Cummins vai demitir 150 funcionários em Guarulhos, na Grande São Paulo. O corte equivale a cerca de 10% do quadro de empregados da empresa e está dentro do pacote anunciado pela matriz na semana passada, que prevê a eliminação de 1 mil a 1,5 mil vagas no mundo até o fim do ano.

A companhia também justifica a decisão à necessidade de adequar a força de trabalho ao cenário projetado para 2013. Apesar da expectativa de reação ao fraco desempenho deste ano, a Cummins não acredita na retomada dos volumes de 2011, quando bateu recorde de produção de motores e receita na América do Sul.

Por isso, o maior número de demissões – 131 funcionários, incluindo áreas administrativas – está concentrado na linha de motores. O restante dos cortes foi distribuído em outros negócios, entre geradores de energia, turbos e sistemas de controle de emissões.

Na virada do ano, a Cummins já havia demitido 254 funcionários em Guarulhos. A companhia também lançou mão de férias coletivas e semana curta de trabalho – com apenas quatro dias úteis – para se ajustar à declinante atividade nas fábricas de caminhões, que usam seus motores. Por conta de um acordo que dá estabilidade aos funcionários até o fim do ano, a Cummins diz que vai honrar com os salários dos operários demitidos até dezembro.

Números divulgados ontem pela Fenabrave – a entidade que abriga as concessionárias de veículos – confirmam que o mercado de caminhões começa a ensaiar uma reação, com crescimento de 48,1% das vendas na passagem de setembro para outubro.

Contudo, Luis Afonso Pasquotto, presidente da Cummins na América do Sul, diz que a empresa ainda não observa uma melhora de volumes. A produção de motores na fábrica de Guarulhos já caiu cerca de 50% neste ano, diz.

A direção da empresa prevê um crescimento de 15% do mercado de caminhões em 2013, que, mesmo assim, ficará abaixo das quase 173 mil unidades de 2011, recorde da indústria.

Pasquotto diz que a Cummins não prevê novos ajustes de mão de obra. Ele acrescenta que a empresa prossegue o programa de investimentos no país, que prevê US$ 265 milhões entre 2011 e 2015, sendo US$ 50 milhões à linha de motores.