Criação de emprego formal cai 28%

O Globo

A criação de empregos com carteira assinada recuou pelo segundo mês consecutivo no país, refletindo os efeitos da desaceleração da economia, sobretudo no primeiro semestre. Em setembro, houve uma geração líquida (admissões menos demissões) de 150.334 postos. Foi o pior desempenho para o período dos últimos 11 anos. Frente a setembro de 2011, que teve saldo de 209.078, a queda foi de 28%.

No ano, o mercado formal de trabalho abriu 1,574 milhão de vagas – menos que o registrado entre janeiro e setembro de 2011, quando o saldo foi de 2,079 milhões. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho.

Para o diretor do Departamento de Emprego e Salário do ministério, Rodolfo Torelly, o resultado reflete o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos) e da piora nas expectativas dos indicadores econômicos:

– O mercado de trabalho reflete a economia – disse ele, destacando que os dados são positivos se comparados aos de outros países em crise.

O maior destaque do emprego com carteira assinada no mês foi a reação da indústria de transformação, que, pelo aumento de encomendas no fim de ano, teve o melhor saldo entre os setores da economia. Com exceção das indústrias de borracha, couro e fumo, as demais tiveram resultados positivos.

O desempenho de setores importantes, porém, ficou abaixo do de setembro de 2011. A construção civil teve o maior recuo em contratações (59,26%). Em seguida, ficaram serviços e comércio. O Nordeste foi a região que mais contratou.