COTADO PARA ASSUMIR O MEC, EMPRESÁRIO RENATO FEDER É REPRESENTANTE DO CAPITAL NA EDUCAÇÃO!

O Secretário de Educação do Estado do Paraná, o empresário Renato Feder, vem sendo cotado para assumir o Ministério da Educação do governo Bolsonaro. Sinal disso foram as conversas entre ambos ocorridas semanas atrás, bem como a reunião realizada em Brasília, dia 23/06. A possibilidade de assumir o cargo indica a clara intenção do governo federal avançar com o projeto de privatização da educação pública. Além disso, também escancara a busca do governo federal por uma aliança mais concreta com o “centrão”.

Feder é proprietário da empresa Multilaser, ramo de tecnologia, além de ser herdeiro do grupo Elgin, mega indústria do ramo de eletrodomésticos brasileira. Formado em administração, Renato representa os interesses direto do capital sobre a educação sendo assim um ferrenho defensor do Estado Mínimo. Sua política educacional no Paraná, assim como seu livro intitulado “Carregando o Elefante – Como Transformar o Brasil no País Mais Rico do Mundo (2007)”, escrito em parceria com o também empresário Alexandre Ostrowiecki, comprovam sua ideologia liberal e seu compromisso de entregar a educação pública aos setores privados.

Desde 2018, quando Ratinho Jr. (PSD) nomeou-o Secretário de Educação do Paraná, Feder vem executando uma política educacional focada nos índices de avaliações em larga escala. Para isso, diversos mecanismos foram criados de forma autoritária para elevar os números do Estado, impactando as condições de trabalho, precarizando ainda mais a educação pública com objetivos de privatização do setor. Nesta perspectiva, faz sintonia com o Ministro da Economia, Paulo Guedes.

Em seu livro, Renato propõe a privatização de todas as escolas, universidades, hospitais, postos de saúde, o fim do Ministério da Educação, adoção de um sistema de vouchers educacionais, abolição da previdência social, eliminação de todos os encargos trabalhistas, dentre outros pontos. Sua administração no governo Ratinho (PSD), responsável por aprofundar a política de austeridade iniciada por Beto Richa (PSDB), sustenta uma lógica empresarial dentro da educação. O fechamento de escolas, demissões, congelamento de salários, vigilância, tutorias, premiações, rankeamento, e agora, durante a pandemia, o ensino remoto, são alguns exemplos de sua “gestão” neoliberal.

Também é importante destacar o movimento do governo Bolsonaro ao sinalizar seu interesse por Feder, nome defendido inclusive por empresários aliados do governo, como Meyer Nigri, dono da Tecnisa, e Paulo Skaf, presidente da Fiesp. A busca pelo apoio do centrão através da distribuição de cargos no governo, bem como a compra de votos no congresso por meio de emendas parlamentares, são ações de Bolsonaro para se blindar contra um possível impeachment de sua chapa.

O Estado do Paraná, caso Feder se efetive no comando do MEC, será o laboratório e carro chefe das medidas que serão postas em prática em âmbito federal. Por isso, nós da Unidade Classista do Paraná, alertamos a classe trabalhadora, em especial, os trabalhadores(as) da educação de todo o Brasil, sobre a necessidade da radicalização da luta de classes. Isso implica na participação combativa dos setores classistas em seus sindicatos, nos movimentos por uma educação popular, na organização dos trabalhadores(as) por local de trabalho, nas mobilizações antifascistas e construção de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora (ENCLAT), instrumento cada vez mais necessário para avançarmos com unidade numa perspectiva estratégica de superação do capitalismo.

UNIDADE CLASSISTA! FUTURO SOCIALISTA!