Correios não aumenta efetivo há doze anos e trabalhadores preparam greve

Radioagência NP

Estado de greve já foi decretado no Rio de Janeiro e assembleias estão marcadas em outros estados. Segundo diretor do Sindicato, o pouco número de funcionários causa sobrecarga de trabalho e queda na qualidade do serviço.

Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) no estado do Rio de Janeiro estão em estado de greve desde o início desta quarta-feira (22). A decisão deve ser acompanhada pela categoria em outros estados e municípios.

As principais reivindicações são aumento salarial real e dos benefícios, como do ticket refeição – de R$ 25 para R$ 30 – e da cesta básica – de R$ 140 para R$ 200. Eles também pedem melhoria nas condições de trabalho e mais contratações no setor.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos do Rio (Sintect-RJ), Marcos Santáguida, ocorre um desmonte dos Correios, sem aumento no efetivo de funcionários. Há cerca de doze anos, a empresa conta com os mesmos 114 mil trabalhadores.

“O trabalhador tem uma demanda muito grande de trabalho, em termos de volume, de objetos [para transporte] e percurso [feito pelos carteiros]. E trabalhando constantemente: sábado, domingo, feriado, hora extra. Então, isso está levando à estagnação e ao afastamento de vários trabalhadores por doenças do trabalho. Aliado a isso, assaltos também constantes nas grandes metrópoles.”

Segundo Marcos, esse quadro não acompanha o crescimento populacional e a urbanização, causando uma sobrecarga de trabalho e uma queda na qualidade do serviço.

“Amanhece o dia com filas e mais filas nas portas de unidades, com pessoas reclamando, com razão, dos atrasos dos objetos postados.”

A empresa dos Correios havia feito apenas uma proposta de 3% de reajuste salarial, que foi negada pelos trabalhadores. A assembleia para decidir a greve da categoria no Rio de Janeiro está marcada para o dia 11 de setembro.