Correios devem manter 40% dos funcionários trabalhando, diz TST
O Globo
Os funcionários dos Correios deverão manter um efetivo de 40% em atividade em cada agência durante a greve da categoria. Preocupado com a proximidade do período eleitoral, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que, caso descumpra a decisão, a Fentect – federação que representa os trabalhadores – pague multa de R$ 50 mil por dia.
Iniciada em 11 de setembro no Pará e em Minas Gerais, a paralisação ontem foi ampliada, atingindo Distrito Federal e 20 estados, entre eles, Rio de Janeiro e São Paulo. A decisão do TST foi tomada depois de uma audiência em que não houve acordo entre a cúpula dos Correios e os grevistas. A vice-presidente do Tribunal, ministra Cristina Peduzzi, propôs um reajuste de 5,2% nos salários e em benefícios como reembolso de gastos com creche; de 8,84% nos vales alimentação e refeição; e um aumento linear de R$ 80 para os funcionários.
Os Correios rejeitaram a proposta, sob a alegação de que apenas o aumento linear de R$ 80 teria um impacto de R$ 323,3 milhões por ano, além dos R$ 425 milhões da oferta inicial, e comprometeria as finanças da empresa. A estatal oferece um reajuste de 5,2%, mas os trabalhadores querem uma elevação nos contracheques de 43,7%. Diante do impasse, a ministra considerou que o serviço prestado pelos Correios é essencial e decidiu encaminhar o processo para dissídio coletivo, ainda sem data marcada.
– Embora reconheça que a greve é um instrumento legítimo de pressão dos trabalhadores, cabe ao Poder Público assegurar a prestação de serviços indispensáveis à população – afirmou a ministra Cristina Peduzzi.
Manifestação reúne diversas categorias
Os Correios suspenderam ontem as entregas com hora marcada – Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje e Disque-Coleta – na cidade de São Paulo e região metropolitana, além de Tocantins, Distrito Federal e Paraná. De acordo com a estatal, 10,7 mil funcionários, do total de 120 mil, aderiram ao movimento. Nas contas da federação, no entanto, mais de 100 mil trabalhadores haviam aderido à paralisação.
Metalúrgicos, bancários, químicos, petroleiros e funcionários dos Correios fazem hoje um ato público em São Paulo, de apoio às categorias com data-base no segundo semestre do ano. A concentração começa às 6h próximo ao final da Avenida Paulista. O ato visa também fortalecer a greve nacional dos bancários, que chega hoje ao seu terceiro dia sem acordo com os bancos.