CONVOCAÇÃO PARA O DIA NACIONAL DE LUTAS – 29M

A classe trabalhadora em todo o mundo ainda sofre com a hegemonia burguesa, ampliada com a queda do socialismo na União Soviética e em todo o leste europeu, com a reestruturação produtiva, com a propaganda ideológica anticomunista, com políticas de destruição dos direitos trabalhistas, sociais e previdenciários, com a redução dos salários, com o desemprego, com o emprego sem registro e em muitos casos com formas análogas ao trabalho escravo, com as diversas formas de opressão, com o aumento da fome, da miséria e com a destruição do meio ambiente.

Como se tudo isso não bastasse, ainda enfrenta o crescente número de contaminações e mortes causadas pela pandemia da COVID-19, que já matou milhões de trabalhadores, e que somente tem sido controlada nos países socialistas ou nos países capitalistas onde a classe trabalhadora tem um bom nível de organização sindical e partidária.

No Brasil, além da crise sistêmica do capitalismo, da crise sanitária do coronavírus e de uma campanha de vacinação “sem vacina”, temos que lidar com o aumento do preço dos combustíveis, do gás de cozinha, dos alimentos da cesta básica, com o pacote de privatizações, com a contrarreforma administrativa e com um auxílio emergencial vergonhoso.

O desemprego bate recorde, nunca tivemos um índice tão alto desde que os dados começaram a ser registrados. A fome e a miséria crescem de forma alarmante, atingindo principalmente as mulheres, as negras e os negros, os indígenas e quilombolas, que são histórica e estruturalmente os que mais sofrem.

No congresso, os representantes da burguesia, por meio da CPI da COVID-19, pressionam Bolsonaro para desgastá-lo ao mesmo tempo em que negociam com ele a sua manutenção no governo, as privatizações e as contrarreformas, mantendo engavetados os pedidos de impeachment.

Em 2021, a exemplo do ano passado, as greves e manifestações têm ocorrido, mas ainda muito aquém da necessidade para combater o descaso com a vida dos trabalhadores e os diversos ataques patronais em centenas de categorias.

Para mudar este quadro, precisamos superar o atual recuo e a desorganização do campo dos trabalhadores. A recuperação dos direitos políticos de Lula e a suspeição de Moro, deliberadas pelo STF, que com certeza são boas notícias, tendem a antecipar o cenário eleitoral e se mal conduzidas politicamente, podem esvaziar ainda mais as mobilizações e levar a classe a adotar novamente, um projeto estratégico de conciliação.

Infelizmente, as maiores centrais sindicais brasileiras, na prática, negam a luta de classes em sua radicalidade, mais uma vez, a exemplo do que já ocorreu no ano passado, no último primeiro de maio, o FÓRUM DAS CENTRAIS, maior agrupamento sindical do país, ao invés de realizar o necessário balanço crítico da conjuntura e da estrutura de nossa sociedade e de fortalecer a independência de classe, resolveu reafirmar a sua política de conciliação nos palanques virtuais ao lado dos lacaios da burguesia.

Nós da Unidade Classista, conscientes de nosso compromisso com a independência de classe, com a estratégia socialista, com a necessidade urgente de lutar para manter as medidas sanitárias de isolamento, em defesa da vacinação, dos empregos, salários e direitos e para impulsionar a luta contra o governo de Bolsonaro e Mourão, construímos um Primeiro de Maio classista, sem burgueses e lacaios, nas redes e nas ruas.

Também propusemos a necessária retomada das manifestações presenciais que chamamos de MAIO VERMELHO e felizmente vimos que não estávamos sozinhos nesta empreitada, pois diversas outras organizações políticas também construíram um calendário de lutas muito importante ao longo deste mês.

Para finalizar este calendário, a Unidade Classista e todos os trabalhadores brasileiros terão um compromisso mais do que importante no próximo sábado, dia 29 de maio, o compromisso de retomar as ruas para derrotar o governo assassino de Bolsonaro e Mourão.

Nesta conjuntura, precisaremos mais do que nunca, prestar solidariedade militante a todas as categorias, redobrar os esforços no desenvolvimento do trabalho de base, principalmente nos setores estratégicos, além de organizar frentes e fóruns regionais de luta.

Precisamos dialogar diariamente com os trabalhadores nos locais de trabalho, moradia e estudo, nos pontos de ônibus, barcas, metrô e nas portas de fábrica, para montar o quebra-cabeças da realidade, apontando a necessidade da luta e o rumo. Além de prestar solidariedade as comunidades de trabalhadores que sofrem cada vez mais com a fome e com a miséria.

Devemos ainda, continuar organizando e mobilizando trabalhadores, sindicatos, movimentos populares e a juventude, para construir e enraizar o Fórum Sindical, Popular e da Juventude, de Luta por Direitos e Liberdades Democráticas em todas as regiões do país, para por meio dele, fortalecer as lutas de resistência, a reorganização da classe, a construção do ENCLAT e o poder popular, rumo ao socialismo.

Dia 29 nos encontraremos nas ruas!

POR EMPREGO, VACINA NO BRAÇO E COMIDA NO PRATO!

FORA BOLSONARO E MOURÃO!

AVANTE CAMARADAS!

UNIDADE CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!