Com salários atrasados há meses, trabalhadores de refinaria em Pernambuco fazem protesto e creditam situação ao escândalo da Petrobras
CSP-Conlutas
Na última quarta-feira (19), as ruas do centro do Recife foram tomadas em passeata até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual. O protesto foi realizado por cerca de 500 trabalhadores ligados à empresa Alusa Engenharia, que estão sem receber salários há pelos menos três meses. A reivindicação é de que os pagamentos sejam regularizados, mas a empresa afirma que está sem receber o repasse de verbas da Petrobras e que, por isso, não está podendo pagar os trabalhadores.
A mobilização foi planejada após denúncias envolvendo a estatal, e de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas e Pavimentação em Obras de Terraplanagem (Sintepav-PE), a dívida da empresa para o pagamento dos salários deve chegar a R$ 150 milhões, sem contar com a verba rescisória daqueles que foram demitidos. A entidade entrou com ação judicial no Ministério Público do Trabalho.
Os funcionários da Alusa, atual Alumini, são responsáveis pela montagem de estruturas da Refinaria Abreu e Lima, e atuam como soldadores, caldeireiros, eletricistas, entre outros cargos.
Após o protesto realizado na quarta, a juíza do Trabalho Josimar Mendes da Silva Oliveira, da 1ª Vara do Trabalho de Ipojuca, determinou prazo de 48 horas para que a Petrobras repasse às empresas o valor dos salários dos terceirizados. O dinheiro deveria ter sido pago pela estatal até a última segunda (17), mas não teria ocorrido.