“Com o arrefecimento do movimento sindical nos governos Lula e Dilma, nosso desafio aumentou”, afirma Carlos Guerreiro

Presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Maracanaú, Maranguape e Pacatuba, no Ceará, entra no PCB

Aos 50 anos e após ter passado por outras organizações políticas, o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Maracanaú, Maranguape e Pacatuba (SINCOMMAP), Carlos Guerreiro, decidiu recentemente militar no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Nessa entrevista, ele apresenta as principais reivindicações de sua categoria e o porquê, após ter militado em partidos como o PT e o PCdoB, escolheu engrossar as fileiras do PCB.

PCB – Carlos, seu pai também era militante, e com o mesmo nome de “guerra”. Qual a importância disso em sua trajetória?

Carlos Guerreiro – Este nome Guerreiro é o nome da família, uma coincidência real da militância da luta.

PCB – Você começou a militar no movimento sindical ou teve trajetória política como estudante?

CG – Como estudante! Participei indiretamente na luta pela queda do regime militar.

PCB – E especificamente no movimento sindical, há quanto tempo atua?

CG -Há mais de uma década.

PCB – Sempre na categoria dos comerciários?

CG -Sim.

PCB – E quais as principais reivindicações da categoria?

CG – Piso único de R$ 710,00, um piso salarial e meio para os comissionistas, vale alimentação, o dia do Aniversario do Comerciário (a), folga, plano de saúde e seguro de vida, PLR para todos os comerciários (as), igualdade salarial para homens e mulheres, auxilio creche e licença maternidade de 6 (seis) meses.

PCB – Há quanto tempo você é presidente do sindicato dos comerciários?

CG – Há dois mandatos.

PCB – Qual o arco de alianças na diretoria?

CG – PT, PCdoB, PSB e PCB.

PCB – E o mandato, é de quanto tempo?

CG – De quatro anos.

– Acredita que sua entrada no PCB vai ser encarada de que forma dentro da diretoria do sindicato, onde também estão PCdoB, PT e PSB?

A busca pela liberdade da classe trabalhadora está acima inclusive dos partidos políticos, no entanto achamos necessário utilizar este instrumento que é o PCB, e fazer o debate de idéias.

– Como você espera atuar pela construção de um pólo sindical classista em sua categoria, através da Intersindical?

Com o arrefecimento do movimento sindical nos governos Lula e Dilma, nosso desafio aumentou. Entendo que os partidos políticos lotearam o Brasil, no entanto acreditamos que se faz necessário continuar o debate para que se possa reconstruir a luta do conjunto da classe trabalhadora.

PCB – Antes de chegar ao PCB, qual foi sua trajetória?

CG – Quando estudante fui líder estudantil no Colégio Estadual Castelo Branco com participação no grêmio estudantil, fui aprovado em concurso publico para PM – de onde pedi desligamento por questões ideológicas após dois anos. Fui para São Paulo, onde me filiei e militei ao PDT na cidade de Porto Ferreira. Após meu retorno a Fortaleza, ingressei na luta pelas diretas já e no Fora Collor. No ano de 2001, fui eleito para a diretoria do SEC Fortaleza, onde após alguns anos migrei para Maracanaú para fazer a luta dos trabalhadores do comercio daquela região – o que resultou na fundação do SINCOMMAP em 2008.

PCB – Tendo passado por outros partidos, que diferenças espera encontrar no PCB?

CG – Condições de lutar por liberdade, igualdade e fraternidade, tendo como base os princípios norteadores do marxismo-leninismo.

PCB – Você chega ao Partido em um momento de grandes diferenças entre o PCB e as organizações nas quais já militou. O que te levou a escolher o PCB nesse momento?

CG – A vivência política do meu pai Guerreiro, quando militou no partidão, contou bastante. Ele sempre teve como palavra de ordem os princípios da moral e da ética, para de fato construir um partido verdadeiramente dos trabalhadores.