CALL CENTER E O CORONAVIRUS: SAÚDE X LUCRO

A Pandemia do vírus Covid-19, mais conhecido como coronavirus se alastra pelo globo, chegando a mais de 146 países, com cerca de 200 mil casos confirmados pelo mundo e pouco mais de 8 mil mortes.

No Brasil já temos mais de 300 infectados em 19 estados, com 3 mortes. O Governo Federal encaminhou um pedido de estado de calamidade pública para o congresso e os governos estaduais e municipais começam a tomar medidas mais drásticas, todos recomendando o isolamento social e a evitar aglomerados.

Porém em alguns casos os cuidados do governo ficam no vazio, nas nuvens, principalmente quando se trata dos trabalhadores, em especial os operadores de teleatendimento.

Muitos call centers seguem funcionando, principalmente na região metropolitana de São Paulo, local mais afetado pelo vírus. As empresas anunciam que estão conversando, se preparando, mas de fato nada é feito, e contam com a conivência dos governos.

Por outro lado, os sindicatos estaduais e regionais, que deveriam estar cobrando medidas mais enérgicas das empresas, se limitam a “recomendações”, “propostas”, “sugestões” para as empresas, sem exigir nada, nem por escrito por parte delas, ou seja, palavras ao vento.

Por isso, nós da Unidade Classista, entendendo a gravidade da situação, acolhendo as recomendações médicas inclusive e pensando no bem estar dos mais de 1 milhão de operadores pelo país, e no espírito das medidas de contenção acertadas de países como a China e o Vietnã, exigimos das empresas e governos:

  • Paralisação dos setores não essenciais do teleatendimento (ou seja, setores de comércio, companhias aéreas, maior parte das seguradoras e etc), até que a pandemia seja contida;
  • Contingenciamento e o máximo possível de trabalho home-office para os atendimentos ligados aos serviços essenciais (SAMU, Resgate, Polícias, Prefeituras e etc)
  • Estabilidade para os operadores para todo o ano de 2020, junto com os trabalhadores terceirizados dentro dos call centers (ou seja, bloqueio das demissões);
  • Quarentena para todos call centers que tenham casos confirmados, e não apenas da operação ou andar afetado;
  • Nos call centers que atendam setores essenciais, kits de higienização gratuitos e flexibilização de horários para que os operadores não saiam em horários de pico;
  • Respeito absoluto as pausas banheiros e a NR-17;
  • Contingenciamento e redução dos transportes públicos por parte dos governos estaduais e municipais;
  • Revogação da Emenda Constitucional 95 (Teto dos gastos) , amplo investimento público em saúde e abertura de novos concursos para estes profissionais.

Unidade Classista! Futuro Socialista!

Lucas Prestes – UC São Paulo