Bancários querem mais

Correio Braziliense

Os bancários não aceitaram a proposta apresentada ontem pela Federação Nacional de Bancos (Fenaban), de reajuste salarial de 6%. A categoria, que reivindicava aumento de 10,25%, ficou insatisfeita também com o fato de a entidade não ter levado para a mesa de negociação uma garantia dos empregos. Infelizmente, os bancos apresentaram apenas 6% de reajuste. E nossa pauta é mais ampla: queremos estabilidade para os que já estão trabalhando e elevação do número de postos, queixou-se o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro.

Se as condições atuais forem mantidas, os bancários pretendem parar. Com certeza, se a proposta se mantiver nesse patamar, iremos para a greve, afirmou Cordeiro. Ontem, a Contraf-CUT também enviou carta às seis maiores instituições financeiras do país Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e HSBC, exigindo a estabilidade no emprego para os que estão trabalhando e mais contratações.

A Fenaban prometeu apresentar amanhã nova proposta. Pela de ontem, o piso de escritório passaria a R$ 1.484 e o de caixa, a R$ 2.014,38. Já o auxílio-refeição subiria para R$ 20,97 ao dia, o auxílio-cesta alimentação para R$ 359,42, o auxílio-creche a R$ 301,94 e a comissão de requalificação profissional, para R$ 1.032,50.

Outra queixa dos bancários é o cálculo da participação nos lucros e resultados (PLR). O problema é que os bancos estão fazendo provisões para devedores duvidosos 60% maiores neste ano, sendo que a inadimplência subiu muito menos do que isso. Essa provisão diminui o resultado e, consequentemente, o PLR, acusou Cordeiro.