Bancários fazem paralisações em agências
O Globo
Em greve, agentes da Polícia Federal voltam a protestar
Na véspera de uma nova rodada de negociação com os bancos, marcada para hoje, os bancários realizaram ontem paralisações parciais, atrasando a abertura de agências em diversas cidades no país. A intenção, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), foi “chamar a atenção dos bancos e da sociedade para a importância dos serviços prestados” pela categoria e de as suas reivindicações serem atendidas.
Em reunião na semana passada, a Federação Nacional do Bancos (Fenaban), representante dos bancos, ofereceu aumento de 6% – com ganho real de 0,7%. A proposta foi recusada e novo encontro está marcado para hoje. Os bancários querem aumento de 10,25%, piso salarial de R$ 2.416, entre outras reivindicações.
Sobre as paralisações nas agências, a Fenaban disse ontem por meio de nota que “estranha a atitude precipitada e repudia paralisações com o processo de negociação seguindo o curso acordado previamente com o comando nacional dos bancários”.
Em greve há 29 dias, policiais federais de São Paulo também fizeram na tarde de ontem mais uma manifestação em frente ao prédio da superintendência do órgão, na Lapa, Zona Oeste paulistana. Os agentes trocaram a bandeira do Brasil hasteada diante do edifício por uma com o dizer “SOS Polícia Federal”, cantaram o hino da polícia e, em seguida, colocaram fogo em papéis que representavam seus diplomas. No Rio, as atividades das oito delegacias especializadas da PF e a emissão de passaporte continuam suspensas. O sindicato diz que só 30% do efetivo permanecem trabalhando para garantir os serviços essenciais.
– O governo não está mais negociando. Mas eles não entenderam que não queremos aumento salarial, mas a reestruturação da carreira. Temos nível superior e ganhamos como carreira mediana, por isso fizemos a queima simbólica dos diplomas – disse Nilton Mendes Silva, diretor do sindicato dos policiais, o Sindipolf.
O governo havia estendido aos policiais os 15,8% de reajuste salarial oferecidos às outras categorias em greve até a semana passada. Mas os agentes insistem que não querem só o aumento. As negociações com o governo foram encerradas sexta-feira. Para tentar reabrir um canal de conversa, o presidente do Sindipolf-SP, Alexandre Santana Sally, foi a Brasília ontem.